Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - A conclusão das negociações com a Eleva não agradaram muito os analistas do BTG Pactual (SA:BPAC11) e da XP Investimentos, que veem pouco impacto na desalavancagem da Cogna e uma perda de oportunidade de consolidação no segmento de escolas do sistema K-12.
Perto das 11h05, os papéis da Cogna subiam 0,25%, a R$ 3,99, com volume de R$ 48,7 milhões. A ação acumula queda de 9,75% nos últimos trinta dias e de 65% nas últimas 52 semanas.
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A empresa confirmou nesta segunda-feira (22) a venda da operação de educação básica B2C, a Saber, para a Eleva, por meio da subsidiária Vasta, e a compra da operação do sistema de ensino B2B de educação básica da mesma.
A Eleva tem aproximadamente 200 mil alunos utilizando o seu sistema de ensino, enquanto a Saber tem 52 escolas e cerca de 32 mil alunos, apontam os analistas da XP.
Segundo fato relevante, a Cogna irá pagar R$ 580 milhões pelo sistema de ensino da Eleva, que representa um EV/EBITDA de 16,6x para 2020, e irá receber R$ 625 milhões em dinheiro e R$ 339 milhões em debêntures conversíveis pela venda das escolas, as quais representam um EV/EBITDA de 16,3x para 2020.
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Para os analistas da XP, o impacto em desalavancagem para a Cogna não será imediato e ficou limitado a R$ 45 milhões, abaixo das expectativas do mercado de R$ 1 bilhão.
Assim, a casa manteve a recomendação Neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 5,10 por ação.
Já o BTG Pactual escreveu em relatório que a venda de todos os ativos do modelo de negócios K-12 representa um abandono, por parte da Cogna, de uma oportunidade de consolidação no segmento de escolas, e que ainda por cima não ajudou na desalavancagem da companhia.
Segundo os analistas, a transação deve resultar em desalavancagem de apenas 0,4x o EBITDA ajustado do último ano, contra dívida líquida de 3x no quarto trimestre.
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O banco de investimentos manteve a recomendação Neutra, com preço-alvo de R$ 5,40 para ação, com receios persistentes para o segmento de Ensino Superior, citando a alavancagem operacional negativa dos campi da Kroton (SA:COGN3) e a alta alavancagem financeira do grupo, que “continuam continuando a impedir um fluxo de caixa do acionista positivo no curto prazo”.