SÃO PAULO (Reuters) - A Nextel e a holding NII aditaram os contratos de financiamento negociados em outubro passado junto ao China Development Bank (CDB), efetivando alterações nas linhas de crédito com a instituição chinesa e também com o Banco do Brasil (SA:BBAS3) e a Caixa Econômica Federal.
Em comunicado, a Nextel destaca que o aditamento recebeu aprovação final da China Export and Credit Insurance Corporation (Sinosure) e compreende, entre outras medidas, a suspensão nos 48 primeiros meses de pagamentos do valor principal equivalentes a 386 milhões de dólares, ou 1,28 bilhão de reais.
A companhia ainda conseguiu estender o prazo dos financiamentos para 98 meses e encerrar a obrigatoriedade de cumprir covenants financeiros, incluindo dívida líquida, até 30 de junho de 2020.
Em troca, a Nextel ofereceu garantias adicionais para CDB, BB e Caixa na forma de direitos preferenciais a valores mantidos em contas bancárias da Nextel, bem como equipamentos e propriedades.
Além disso, subsidiárias da holding NII se comprometeram a realizar nos próximos 48 meses aportes na Nextel oriundos de saldo de caixa disponível. A empresa ainda se sujeitará a requerimentos mensais de saldo mínimo de caixa e fluxo de recebíveis.
Os novos termos colocam a Nextel em melhor posição para investir no crescimento do negócio 3G/4G no Brasil, reduzir os custos e aprimorar métricas operacionais, afirmou a companhia, acrescentando que tem cerca de 420 milhões de dólares em caixa.
"As alterações aos nossos contratos de financiamento com CDB, BB e Caixa nos fornecem uma estrutura de capital apropriada para o longo prazo, diminuindo a pressão sobre nossa liquidez", afirmou Dan Freiman, vice-presidente financeiro da NII, em nota. Ele acrescentou que a rotatividade de clientes 3G/4G no quarto trimestre "foi reduzida para 3,47 por cento, gerando boa tração para iniciarmos 2018".
A Nextel também anunciou nesta segunda-feira que foram liberadas garantias de performance ligadas às obrigações de cobertura geográfica da rede Nextel no país, segundo decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) o que deve permitir a recuperação de 156 milhões de reais em colaterais de caixa.
(Por Gabriela Mello)