Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou praticamente estável nesta quinta-feira, com preocupações sobre os reflexos do surto de coronavírus na China ditando volatilidade, mas a recuperação de blue chips já no final do pregão ajudando-o a fechar no azul.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,12%, a 115.528,04 pontos, tendo recuado abaixo de 113 mil pontos no pior momento da sessão, tocando mínima intradia em seis semanas.
O volume financeiro do pregão somou 24,8 bilhões de reais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a epidemia de coronavírus na China agora constitui uma emergência de saúde pública de interesse internacional, em meio a evidências crescentes do vírus se espalhando para 18 países.
O número total de mortes pelo vírus confirmadas na China alcançou 170, com casos confirmados chegando a 7.711. Fora do país, a OMS estimou cerca de 100 casos confirmados.
De acordo com agentes financeiros, a preocupação nos mercados está principalmente relacionada aos potenciais reflexos do avanço do vírus na economia chinesa e suas consequências para a atividade econômica global.
Nos Estados Unidos, as bolsas também mostraram volatilidade, mas fecharam no azul, na esteira de resultados corporativos trimestrais e o comportamento do PIB norte-americano em 2019.
O S&P 500 fechou com acréscimo de 0,31%.
Para profissionais da área de renda variável, a queda mais forte recente abriu oportunidade para compras. Até a mínima da sessão, o Ibovespa chegou a acumular perda de 4,7% na semana.
Em relatório, a equipe do Safra afirmou seguir com uma visão otimista para o Ibovespa, que eles veem alcançando 140 mil pontos no fim do ano, ante 130 mil pontos estimados antes.
"Nossa visão mais otimista decorre de uma redução na taxa de desconto, considerando a perspectiva macro relativamente benigna, que deve permitir taxas de juros baixas e risco país reduzido", afirmaram Luis F. Azevedo e equipe.
Na visão dos analistas, a recuperação econômica gradual, o baixo nível contínuo de taxa de juros e o aumento do fluxo de recurso no mercado de ações devem apoiar o bom momento e levar a uma maior valorização do Ibovespa.
DESTAQUES
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) subiu 1% e ITAÚ UNIBANCO PN avançou 1,46%, enquanto BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) avançou 0,69X% e SANTANDER BRASIL evoluiu 0,75%.
- VALE ON (SA:VALE3) avançou 1,48%, revertendo perdas do começo da sessão, após declínio acentuado nesta semana em razão da sua exposição à China. Nos últimos três pregões, acumulou queda de 5,5%. No setor de mineração e siderurgia, GERDAU PN (SA:GGBR4) valorizou-se 2,98%.
- PETROBRAS ON (SA:PETR3) encerrou em alta de 2,08%, apesar do declínio nos preços do petróleo no exterior. PETROBRAS PN (SA:PETR4) subiu 0,31%. A empresa anunciou que reduzirá o preço médio da gasolina e do diesel em 3% nas refinarias a partir de sexta-feira.
- BRASKEM PNA (SA:BRKM5) recuou 3,2%, com o clima de aversão a risco abrindo espaço para realização no papel da petroquímica, que acumulava em 2020 até a véspera valorização de 10%.
- WEG ON (SA:WEGE3) fechou em baixa de 3,35%, também passando por correção após renovar cotação recorde na quarta-feira, com a alta no ano acumulada até então superando 20%.
- ÂNIMA EDUCAÇÃO ON subiu 1,62%, após precificar na véspera oferta primária de ações a 36,25 reais por papel, que resultou em efetivo aumento do capital social da companhia de 1,1 bilhão de reais.