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XANGAI (Reuters) - O novo smartphone Mate 70 da Huawei contém um chip cujo design mostra apenas uma "melhoria incremental" em relação ao seu antecessor e, ao contrário de algumas expectativas, foi fabricado usando o processo de 7 nanômetros, afirmou a consultoria TechInsights nesta quarta-feira.
A consultoria disse que uma desmontagem realizada em um aparelho Mate 70 Pro+ revelou que ele contém um processador Kirin 9020 fabricado pela chinesa Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC). O processador é semelhante ao chip Kirin 9010 do inovador Mate 60 Pro.
A ausência de grandes mudanças contrariou rumores de que o smartphone teria um chipset fabricado em um processo mais avançado de 5 nanômetros, acrescentou a Techinsights.
"O processador Kirin 9020 não é um redesenho dramático, mas sim uma melhoria incremental em relação ao seu antecessor, o Kirin 9010", disse. "Isso sugere o foco da HiSilicon no refinamento de seus projetos existentes, ao mesmo tempo em que aproveita os recursos da SMIC na fabricação de semicondutores avançados", disse. A HiSilicon é a unidade de chips da Huawei.
As descobertas sugerem que a Huawei pode estar encontrando dificuldades para alcançar novos avanços na fabricação de chips depois que chocou a indústria no ano passado ao lançar o Mate 60, equipado com um chip que desafiava anos de medidas dos Estados Unidos para frear o avanço da tecnologia na China.
A TechInsights disse no ano passado que acreditava que a SMIC havia conseguido produzir chips de 7 nanômetros ajustando as máquinas de litografia ultravioleta profunda que ainda podia comprar livremente da fabricante holandesa ASML (AS:ASML).
Mas a SMIC foi limitada pela falta de equipamentos de litografia mais avançados, o que restringiu sua capacidade de fazer melhorias significativas em termos de desempenho e rendimento dos chips, informou a Reuters.
Desde 2020, os EUA impedem a China de obter tecnologia de litografia ultravioleta extrema (EUV) da ASML, usada para fabricar os processadores mais sofisticados do mundo.
A TechInsights disse que sua desmontagem do aparelho encontrou mudanças notáveis na planta baixa do circuito do Kirin 9020 que visam melhorar o desempenho e a eficiência, mantendo a compatibilidade com o processo de 7 nanômetros da SMIC. A matriz do Kirin 9020 também é 15% maior do que a do Kirin 9010, segundo a empresa.
Um executivo da Huawei disse na semana passada que a empresa estava observando uma forte demanda pelo Mate 70 e que estava trabalhando duro para atender aos pedidos.
No entanto, os analistas disseram que a empolgação dos consumidores com o telefone diminuiu em relação ao Mate 60 e preveem que as vendas serão mais fracas para o novo telefone.
(Por Brenda Goh)