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“Novos players seria importante para o crescimento do setor”, diz CFO da Vamos

Publicado 29.04.2022, 05:00
Atualizado 29.04.2022, 05:00
© Reuters.

Por Ana Beatriz Bartolo

Investing.com - A Vamos (SA:VAMO3), empresa especialização em locação de veículos pesados, apresentou na última terça-feira, 27, o seu balanço relativo ao primeiro trimestre de 2022 e novamente trouxe resultados recordes. Nos últimos cinco anos, em cada trimestre, a companhia mostrou uma evolução nos seus números e as perspectivas para o futuro são tão animadores quanto o seu histórico de crescimento.

O lucro líquido da Vamos subiu 66,4% em relação ao 1T21, para R$ 121,9 milhões, enquanto o seu lucro operacional (Ebit) avançou 125,3%, para R$ 295,4 milhões. A empresa também possui uma sólida posição de caixa e aplicações financeiras de R$ 3,028 bilhões, o que seria suficiente para cobrir a sua dívida até 2026.

“O primeiro trimestre de 2022 ficou marcado como o melhor trimestre da história da companhia. O crescimento foi muito forte e a consequência disso são números bastante expressivos quando a gente compara com os outros trimestres”, afirma Gustavo Moscatelli, CFO da Vamos.

Moscatelli destaca que o Capex contratado durante o 1T22 foi de R$ 1,5 bilhão, o que representa quase um terço do guidance para 2022. Para o executivo, isso mostra ao investidor que a empresa caminha na direção certa e que é possível esperar para o ano resultados superiores aos estimados anteriormente.

No 1T22, a Vamos concluiu a aquisição da HM Empilhadeiras, se tornando a maior plataforma de locação do setor interlogístico. Além disso, a empresa também anunciou a aquisição da Truckvan, que produz e faz a customização de implementos rodoviários para veículos pesados. 

As aquisições fazem parte do processo de construção do ecossistema que a Vamos almeja suprir no mercado de locação no país. Moscatelli destaca que o setor ainda é pouco desenvolvido, com menos de 1% da frota brasileira sendo locada, o que mostra uma grande oportunidade de crescimento para a companhia.

No momento, a Vamos possui quase 80% do market share de locação de veículos pesados no Brasil, mas, para Moscatelli, seria interessante que houvesse mais concorrência no setor, para ajudar a desenvolver o mercado. O executivo se mostra confiante de que novos players não iriam tirar o protagonismo que a Vamos possui hoje, pois a combinação de um modelo de negócios forte com profissionais capacitados fortalece a eficiência da companhia.

Confira os principais trechos da entrevista do CFO da Vamos, Gustavo Moscatelli, ao Investing.com Brasil.

Investing.com - Qual o principal destaque que a Vamos traz nos resultados deste trimestre?

Gustavo Moscatelli - Como principal indicador para crescimento, nós temos o Capex contratado, que fechou o trimestre com R$ 1,568 bilhão, o que é 58,4% maior do que o do 1T21, que havia sido o melhor trimestre já reportado na companhia.  Então foi um trimestre muito forte de geração de novos contratos. Junto com a contratação do Capex, também têm a implantação do mesmo, que é o quanto você entrega de ativos aos clientes e começa a faturar. O Capex implantado também foi recorde no trimestre, com R$ 846 milhões, alta de 75%, destaque para a capacidade operacional da companhia.

Esse indicador mostra que a empresa está preparada para entregar esses volumes que está vendendo. Além disso, outro indicador bastante importante é o nosso posicionamento estratégico através de ativos e estoques. A Vamos passou a fazer aquisições, antecipando a demanda do mercado, então negociamos a compra com antecedência com as montadoras e, no final do trimestre, fechou com R$ 1,3 bilhão em ativos em estoque ainda não locados.

Inv.com - Mas, como esse estoque está ajudando no crescimento da empresa?

GM - Esse estoque tem se demonstrado um diferencial competitivo muito grande, porque nesse ambiente de falta de entrega das montadoras, por conta de todo o estresse na cadeia de suprimentos, ter o veículo a pronta entrega é de fato um fator decisivo para o cliente que precisa do caminhão ou da máquina para começar a trabalhar. Um segundo ponto é que como a Vamos comprou com bastante antecedência, o preço que pagou é muito inferior ao praticado no mercado agora. Estamos falando de quase 35% de diferença entre o preço pago e o preço de mercado. Então, tem uma geração de valor muito grande a ser capturada a partir do momento que a gente fecha os contratos com esses ativos. 

Inv.com- E já é possível ver o resultado dessa estratégia no lucro da empresa?

GM - A Vamos fechou com uma receita líquida de R$ 945 milhões, um avanço de 81% sobre o 1T21. O lucro líquido foi para R$ 121,9 milhões no 1T22, uma alta anual de 66,4%. E isso é importante porque o nosso lucro tem um crescimento muito consistente. Se observarmos os últimos cinco anos da companhia, em todos os trimestres a companhia teve crescimento do lucro. Independentemente de a taxa de juros subir ou cair, ou por mudança de governo ou na estrutura cambial. Há uma consistência e uma diligência na locação de capital, com muita disciplina na execução do time. Esse é o resultado desse trabalho todo!

Inv.com - Qual é o segredo desse crescimento todo?

Gm - Está muito claro, sem sombra de dúvida, que a diferença de nossa empresa é as pessoas que trabalham aqui e seu know-how no segmento. Se perguntar qual é o nosso maior desafio daqui para frente, a resposta é sempre a mesma: é contratar pessoas. Nosso segredo está em juntar pessoas com os diferenciais competitivos que a Vamos criou e que está inserida em um mercado que está no comecinho do seu desenvolvimento dele no Brasil. Para se ter uma ideia, hoje, menos de 1% da frota brasileira é locada de caminhões e máquinas e a Vamos tem 80% desse mercado. Há um mar de oportunidades para crescimento e desenvolvimento e é isso que fazemos, aproveitando também que estamos praticamente sozinhos no mercado, crescendo o mais rápido possível.

Inv.com- A Vamos tem planos de expandir a equipe?

GM - Sim! No ano passado, tínhamos no começo do ano cerca de 30 vendedores, mas terminamos em 2021 com 55 vendedores de locação. O objetivo desse ano é expandir para aproximadamente 80. É um trabalho constante contratar e treinar pessoas, lembrando que, no nosso mercado, a, não há um concorrente com um quadro de funcionário que conhece esse mercado e podemos contratar. O negócio é bastante técnico e financeiro ao mesmo tempo. O que chamamos de executivo de vendas é um profissional muito preparado, cujo treinamento dura 90 dias, porque é preciso entender do caminhão, das especificações técnicas de cada marca, de cada modelo, para oferecer a melhor solução para o cliente. E a parte financeira também é muito importante para mostrar para o cliente que a locação é melhor do que a aquisição.

Inv.com- Mas é difícil encontrar no mercado de trabalho brasileiro profissionais que possam atender realmente esse modelo?

GM - Não, sem sombra de dúvidas, é só uma questão de treinar as pessoas para o modelo de negócio, que é único. Hoje, no Brasil, não tem nenhuma outra empresa que faz o que fazemos, então é preciso treinar as pessoas.

Inv.com- E quais são as dificuldades para o crescimento?

GM - A escala é uma barreira de entrada, mas nosso modelo de negócio é de locação de longo prazo, cujos contratos com empresas são em parcelas mensais por cinco anos, facilitando a previsibilidade do negócio. A chance de ter uma volatilidade no resultado tanto para cima quanto pra baixo é muito baixa. Eu até posso falar que talvez seja inexistente, porque são diversos contratos. Essa é uma fortaleza no nosso modelo de negócio e que permite nosso crescimento com geração de novos contratos. 

Inv.com - A Vamos não está preocupada com o surgimento de uma concorrência no setor? 

GM - A única certeza que temos é que teremos concorrentes eventualmente, como aconteceu com o mercado de Rent-A-Car, em que a Localiza (SA:RENT3) começou a desenvolver o mercado e depois de um tempo vieram as outras empresas, como a Unidas  (SA:LCAM3) e a Movida (SA:MOVI3). Isso deve acontecer com o nosso mercado também, porque tem um potencial de crescimento grande. Mas, o que nos motiva é que mesmo tendo novos entrantes, o tamanho do mercado é tão grande que comporta isso. De uma frota nacional de 2,5 milhões de caminhões e apenas 30 mil sendo locados, tem espaço para todo mundo sem precisar dar cotovelada. Acho até que vai ser algo importante para o desenvolvimento desse mercado no Brasil ter novos players.

Inv.com- Mas as aquisições que a Vamos fazem não dificultam o surgimento de uma concorrência?

GM - Assim, todas as aquisições que nós fizemos nos últimos doze meses foram aquisições de oportunidade, mas do ponto de vista de relevância em comparação com a Vamos, são empresas de pequeno porte. A gente entende que são aquisições estrategicamente importantes porque concretiza o que a empresa chama de ecossistema. Nós temos a locadora, as concessionárias, uma rede de seminovos e nós temos uma indústria de implementação e customização de caminhões. O cliente consegue oferecer a solução completa para o que ele precisar, o que é dificílimo replicar dado às outras empresas que tem nesse mercado. 

Inv.com- E há mais planos de aquisições para os próximos trimestres?

GM - Não colocamos aquisições em nosso planejamento. Muitas coisas aparecem e avaliamos, mas nada em vias de se concretizar. Até porque, de qualquer forma, todas essas operações são analisadas pela Simpar (SA:SIMH3), que é a nossa controladora, para que os executivos fiquem focados no desenvolvimento de cada companhia da holding. Uma operação de M&A é algo que demanda muito tempo e atenção, a estrutura da Simpar fica de olho nessas oportunidades e depois passa para o nosso conselho de administração.

Inv.com - Como está a taxa de retenção de clientes? 

GM - Cerca de 93% dos nossos contratos são renovados, com base no fechamento do último trimestre. Os outros 7% são porque os clientes mudaram o perfil da atuação deles no mercado ou o cliente perdeu o contrato que ele tinha para usar aquele caminhão, por exemplo. 

 

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