Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O Nubank (BVMF:NUBR33) está de olho na qualidade dos seus ativos e da sua potencial deterioração, mas está confiante na sua capacidade de superar o mercado em NPLs. Pelo menos, essa é impressão que o BTG Pactual (BVMF:BPAC11) ficou após conversar com a equipe de RI da fintech.
Em reunião com membros do RI, incluindo o IRO Jorg Friedemann, o BTG discutiu as tendências que a fintech observa e chegou à conclusão que a mensagem passada foi construtiva.
Às 14h46, as ações do Nubank negociadas nos EUA (NYSE:NU) caíam 1,63%, a US$ 4,84.
O BTG aponta que, apesar da recente desaceleração, o Nubank acredita ter muito espaço para aumentar sua carteira de empréstimos. “Atualmente, a empresa não vê nenhum problema relacionado ao produto que afete seu crescimento de crédito ou problemas com falta de financiamento ou demanda”.
O principal gargalo atualmente é o apetite de risco da Nu, que recentemente decidiu limitar a originação de empréstimos pessoais em aproximadamente R$ 5 bilhões por trimestre devido ao ciclo de crédito mais desafiador, segundo o BTG, que espera que esse limite continue no curto prazo, dependendo das condições macroeconômicas.
“Hoje, a metodologia de subscrição da Nu assume que as perdas futuras serão maiores do que no passado, então os modelos de originação de crédito estão suportando mais que o dobro de perdas do que realmente está sendo observado. Os modelos consideram perdas efetivas de 11% em cartões de crédito e 22% em empréstimos pessoais”, comenta o BTG.
Outro ponto destacado pela equipe de RI do Nubank durante a reunião com o BTG é sobre o modelo “low and grow” do cartão de crédito, em que o cliente começa com um limite baixo e o valor vai subindo progressivamente. Isso seria positivo porque com o tempo, há uma melhora nos indicadores de qualidade do ativo, uma vez que o entendimento do perfil do usuário aumenta e há níveis mais fortes de engajamento.
O Nubank está aumentando a penetração da carteira remunerada, visando níveis mais próximos do resto do mercado, segundo o BTG. Esse crescimento pode ser explicado pelos novos recursos de finanças do consumidor, como no caso do Pix, e também pela convergência natural do mercado, já que a base de clientes do Nu no Brasil já representa 36% da população adulta do país.
Por fim, o BTG afirma que as ações do Nubank ainda estão sendo negociadas a uma patamar “exigente” de 4,8x, com o valor de mercado em linha com o Santander (BVMF:SANB11) e o Banco do Brasil (BVMF:BBAS3). Assim, “o preço atual não deixa margem para erros e por isso reiteramos nossa classificação Neutra”, aponta o BTG, que indica um preço-alvo de US$ 4,50.