Nvidia lança novos chips, diz estar preparada para futuro da IA, mas ações recuam

Publicado 18.03.2025, 16:51
Atualizado 18.03.2025, 21:25
© Reuters

Por Stephen Nellis e Max A. Cherney

SAN JOSE, Estados Unidos (Reuters) - A Nvidia (NASDAQ:NVDA) anunciou nesta terça-feira novos processadores, incluindo uma família deles que conjuga funções de GPU e CPU, e seu presidente-executivo, Jensen Huang, afirmou que a empresa está bem posicionada para navegar pela evolução da tecnologia de inteligência artificial.

Huang, falando na conferência anual de desenvolvedores de software da empresa em San Jose, Califórnia, nos Estados Unidos, defendeu a liderança da empresa em chips de IA, que foi recentemente questionada por investidores depois que a chinesa DeepSeek desenvolveu um chatbot com menos chips de IA.

Mas sua apresentação não conseguiu tranquilizar os investidores. As ações da Nvidia recuaram 3,4% e o índice de chips fechou em queda de 1,6%.

"Quase o mundo inteiro entendeu errado", disse Huang no palco da conferência, vestido com sua habitual jaqueta de couro preta e jeans. Ele chamou a conferência de "o Super Bowl da IA".

"A quantidade de computação que precisamos como resultado da IA agêntica, como resultado do raciocínio, é facilmente 100 vezes maior do que pensávamos que precisávamos no ano passado", disse ele, referindo-se aos agentes autônomos de IA que exigem pouca intervenção humana para tarefas de rotina.

Os lucrativos chips da Nvidia enfrentam a pressão das mudanças tecnológicas à medida que os mercados de IA mudam de "treinamento", em que modelos de IA como chatbots são desenvolvidos com o uso de grandes quantidades de dados para torná-los "inteligentes", para "inferência", que é quando o modelo usa sua "inteligência" para produzir respostas para os usuários.

Grande parte do sucesso da Nvidia resultou da década que a empresa sediada em Santa Clara, Califórnia, passou construindo ferramentas de software para atrair pesquisadores e desenvolvedores de IA - mas foram os chips de data center da Nvidia, que são vendidos por dezenas de milhares de dólares cada, que representaram a maior parte de seus US$130,5 bilhões em vendas no ano passado.

O valor das ações da companhia mais do que quadruplicou nos últimos três anos, pois a empresa impulsionou o surgimento de sistemas avançados de IA, como ChatGPT, Claude e muitos outros.

"Acho que a orientação dos investidores foi que muitas dessas notícias já estavam precificadas", disse Ben Bajarin, presidente-executivo da consultoria de tecnologia Creative Strategies.

Ele acrescentou que o argumento da Nvidia de que o setor de IA será construído em torno de seus chips a longo prazo não muda as expectativas dos investidores no curto prazo. "A narrativa deles continua basicamente a mesma", disse.

NOVOS CHIPS

Huang anunciou novos chips, incluindo o próximo processador do tipo GPU, Blackwell Ultra, que estará disponível no segundo semestre deste ano, e terá mais memória do que a geração atual de seu chip principal, chamado Blackwell, o que significa que poderá suportar modelos de IA maiores.

O executivo disse que os chips da Nvidia têm dois objetivos principais: ajudar os sistemas de IA a responderem de forma inteligente a um grande número de usuários, mas também dar essas respostas o mais rápido possível. Huang argumentou que os processadores da Nvidia são os únicos que podem fazer as duas coisas.

"Se você demorar muito para responder a uma pergunta, o cliente não voltará. Isso é como uma pesquisa na Web", disse ele.

Ele também revelou detalhes de um sistema de chip chamado Vera Rubin, que sucederá o Blackwell e terá maiores velocidades. Ele será lançado na segunda metade de 2026.

Huang disse que os chips Rubin serão seguidos pelos microprocessadores Feynman, que chegarão ao mercado em 2028.

Os novos lançamentos acontecem em um momento em que o Blackwell está chegando ao mercado mais lentamente do que o esperado depois que uma falha de projeto causou problemas de fabricação.

A Nvidia disse no mês passado que os pedidos do Blackwell estavam "ótimos".

O executivo também apresentou um novo e poderoso computador pessoal (PC) chamado DGX Workstation, baseado nos chips Blackwell, e afirmou que ele será fabricado por empresas como Dell (NYSE:DELL), Lenovo e HP, entre outras. O dispositivo, que segue um modelo de desktop mais compacto lançado este ano, é um desafio para alguns dos Macs mais avançados da Apple (NASDAQ:AAPL).

"Este é o aspecto que um PC deveria ter", disse Huang, segurando a placa-mãe de um dos dispositivos.

Huang ainda anunciou um novo software chamado Dynamo, que a Nvidia lançou gratuitamente e tem como objetivo acelerar o processo de raciocínio dos modelos. O executivo também anunciou que a montadora General Motors (NYSE:GM) escolheu a Nvidia como parceria na produção de uma frota de carros autônomos.

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