Um muito disputado cabo de guerra entre os compradores e vendedores no mercado internacional de celulose levou a uma redução do otimismo do Credit Suisse com o setor no curto prazo, revela um relatório enviado a clientes. Segundo os analistas Caio Ribeiro e Rafael Cunha, as compras de papel na China caíram 6% em 2018 e as margens recuaram 40%. Isso se traduziu em uma demanda mais fraca por celulose e crescimento dos estoques.
“Esses fatores, a nosso ver, sugerem que a perspectiva de preços de celulose ao longo de 2019 deve permanecer mais incerta, o que acreditamos que torna menos atraente ter uma visão mais construtiva sobre as ações de celulose da América Latina no momento”, destacam. Para o banco, a melhor estratégia agora é esperar para identificar um novo nível de estabilidade para o mercado.
A indicação para a Suzano (SA:SUZB3) foi cortada de compra para neutra e o preço-alvo reduzido de R$ 62 para R$ 53. Ribeiro e Cunha explicam que a empresa está bem posicionada na indústria e com sinergias a serem capturadas pela fusão com a Fibria (SA:FIBR3), no entanto, tem o curto prazo nublado pelas perspectivas incertas sobre os preços.
A Klabin (SA:KLBN11) também teve a indicação alterada de compra para neutra, com preço-alvo cortado de R$ 24 para R$ 18.
“A Klabin é uma ação defensiva e deve gerar um rendimento decente de Fluxo de Caixa Livre de 9-10% nos próximos três anos. Contudo, acreditamos que seu ciclo de investimento potencial carrega uma série de incertezas e envolve uma grande soma de investimento de US$ 2,2 bilhões em um momento em que a alavancagem está em 3,1 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda, que acreditamos ainda não estar madura para sustentar essa magnitude de investimento”, pontuam.