Por Carolina Mandl
SAO PAULO (Reuters) - O conglomerado Odebrecht garantiu na quinta-feira um empréstimo de 2,6 bilhões de reais dos dois maiores bancos privados do país, às vésperas de um possível default em um bônus, disseram duas fontes.
A Odebrecht e os bancos assinaram contratos de refinanciamento de dívida para confirmar um acordo informal fechado nesta semana. Para finalizar os detalhes do acordo, no entanto, a Odebrecht ainda depende da conclusão da emissão de títulos locais que serão adquiridos pelos bancos.
Nos termos dos contratos, o Itaú Unibanco e o Bradesco (SA:BBDC4) acertaram um empréstimo conjunto de 2,6 bilhões de reais para a Odebrecht. O desembolso ocorrerá em duas parcelas, sendo que 1,7 bilhão de reais serão liberados imediatamente e o restante vai ser desembolsado em dezembro, disseram as fontes.
A Odebrecht não comentou imediatamente sobre o assunto.
A Odebrecht usará parte dos novos recursos para pagar uma dívida de 500 milhões de reais em bônus emitidos pela unidade de construção Odebrecht Engenharia e Construção. Nesta sexta-feira expira o período de carência de 30 dias para o pagamento dos bônus e a empresa está correndo para cumprir os prazos com os credores.
O acordo também concedeu à Odebrecht mais um ano para pagar alguns empréstimos em troca de garantias adicionais prometidas a alguns bancos, disseram as fontes.
As negociações de refinanciamento envolveram o Bradesco, o Itaú, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil (SA:BBAS3) e o Banco Santander Brasil (SA:SANB11) . Embora apenas o Itaú e o Bradesco tenham feito o novo empréstimo, todos os bancos tiveram que concordar que a Odebrecht assumisse mais dívidas e fizesse mudanças nas garantias.
A participação de 38,3 por cento da Odebrecht na petroquímica Braskem (SA:BRKM5) servirá como garantia colateral para mais de 10 bilhões de reais em empréstimos, incluindo o novo desembolso.
(Reportagem adicional de Tatiana Bautzer)