SÃO PAULO (Reuters) - A Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) espera quase quintuplicar seu estoque de obras em cerca de dois anos, com a principal unidade do conglomerado tentando se recuperar dos efeitos combinados da operação Lava Jato e de uma recessão no país que levaram o grupo para a recuperação judicial.
Em apresentação online a investidores nesta terça-feira, a empreiteira estimou backlog de 2,6 bilhões de dólares em 2022, ante 546 milhões de dólares no final de 2020, com o reequilíbrio de dívidas abrindo espaço para que voltasse a ter condições de incorporar obras no Brasil e em novos mercados no exterior, incluindo Angola e República Dominicana.
Com isso, a OEC prevê triplicar seu faturamento para 1,69 bilhão em 2022, ante 564 milhões de dólares no ano passado, com as receitas chegando a 2,83 bilhões de dólares em 2025.
"Isso será possível em parte por causa do apoio que recebemos dos nossos credores", disse durante a apresentação o presidente-executivo da OEC, Marco Siqueira.
A empreiteira finalizou em julho do ano passado negociações com detentores de bônus de uma dívida da 3,3 bilhões de dólares, com desconto de cerca de 55% sobre o valor de face e alongamento de prazos.
No mesmo mês, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo aprovou o plano de recuperação judicial do conglomerado Odebrecht, um dos principais alvos da operação Lava Jato. O pedido fora feito em 2019, em meio a dívidas de 65,5 bilhões de reais.
No mês passado, o grupo anunciou mudança do nome para Novonor, conforme o grupo tenta se afastar dos escândalos de corrupção pelos quais ficou marcada seus últimos anos e que a levou a ser proibida de participar de licitações para obras públicas em países como México, Argentina, entre outros.
(Por Aluísio Alves)