Por Gabriel Araujo
SÃO PAULO (Reuters) - A empresa portuguesa de frota de helicópteros OHI lançou nesta quinta-feira uma nova frente no Brasil para transportar os super ricos do país entre regiões de alto padrão de São Paulo, um mercado em que a empresa espera alcançar 90 mil passageiros por ano até 2028.
Batizada de Revo, a nova companhia oferecerá voos de helicóptero por meio de uma plataforma digital para clientes de alta renda em São Paulo para ajudá-los a escapar do caótico trânsito da metrópole.
Inicialmente, a Revo oferecerá voos que conectam a avenida Faria Lima, centro financeiro da cidade, ao Aeroporto Internacional de Guarulhos e à Fazenda Boa Vista, empreendimento de campo próximo à cidade de Porto Feliz (SP).
A empresa começará operando dois helicópteros Airbus (EPA:AIR) da frota da Omni Taxi Aéreo, subsidiária local da OHI conhecida por fornecer transporte aéreo offshore na América do Sul, mas planeja chegar a 12 helicópteros nos próximos cinco anos.
"Até o momento o feedback que nós temos tido é muito positivo... os preços também, as reações têm sido positivas", disse o presidente-executivo da Revo, João Welsh, em entrevista, acrescentando esperar que a receita da empresa atinja 80 milhões de dólares em cinco anos.
O objetivo da Revo, segundo ele, é usar um dia os chamados "carros voadores", ou aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL). A empresa tem um acordo com a Eve, da Embraer (BVMF:EMBR3), para comprar 50 aeronaves elétricas.
"As revoluções do transporte aéreo dão-se sempre nos segmentos altos", disse Welsh, em referência aos segmentos com clientes de maior renda.
"Acho que vai haver uma fase híbrida. O eVTOL nunca vai substituir na fase inicial tudo o que o helicóptero faz", disse o executivo. "Mesmo olhando os protótipos que estão sendo construídos hoje, a capacidade de carga e alcance é relativamente inferior a um helicóptero."
Welsh acrescentou que um trajeto curto como o entre Guarulhos e a Faria Lima seria um "voo perfeito para uma aeronave leve".