Investing.com - A Oi informa no início da tarde desta terça-feira que está avaliando a exclusividade de negociação de venda de sua rede móvel a Highline do Brasil após receber proposta ontem da divisão móvel pelo grupo formado por Claro, Tim (SA:TIMP3) Participações e Telefonica (MC:TEF) Brasil (SA:VIVT4). As ações da tele estão com negociações suspensas até 12h32.
As negociações foram suspensas às 12h14. Os papéis ordinários (SA:OIBR3) subiam 8,48% a R$ 1,92, enquanto os preferenciais disparavam 16,67% a R$ 2,24. No retorno do leilão às 12h43, as ações ordinárias subiam 9,04% a R$ 1,93 e as preferenciais disparavam 17,71% a R$ 2,26.
Já os papéis da Vivo subiam 1,89% a R$ 50,69, enquanto os papéis da Tim avançavam 2,88% a R$ 14,99.
O grupo formado Tim, Vivo e Claro informaram ontem a noite, em fatos relevantes, que revisaram e prorrogaram oferta vinculante para aquisição do negócio móvel do Grupo Oi, com a apresentação de uma nova proposta de R$ 16,5 bilhões. A nova oferta surgiu após a Oi anunciar que iniciou negociações exclusivas com outro comprador em potencial, a Highline do Brasil, empresa de soluções de infraestrutura para a indústria de telecomunicações, da gestora de private equity norte-americana Digital Colony. A Oi não divulgou o valor da oferta da Highline, mas afirmou que estava acima de R$ 15 bilhões, que é o preço mínimo exigido pela tele por sua divisão móvel.
De acordo com os fatos relevantes, tal proposta conjunta, considera, adicionalmente, a possibilidade de assinar com o Grupo Oi, contratos de longo prazo para uso de infraestrutura. A revisão da oferta vinculante reafirma o interesse das companhias em relação à aquisição dos ativos móveis do Grupo Oi, bem como em contribuir com a continuidade do desenvolvimento da telefonia móvel no país, considerando a larga experiência global que possui no setor de telecomunicações e o profundo conhecimento do mercado brasileiro.
O Credit Suisse avalia que a notícia é positiva para as teles e, caso seja aceita, vai aumentar as chances de o grupo levar a área móvel da companhia. “O valor é atrativo para compradores e vendedores”.
Banco Digital
A operadora fechou acordo com a fintech Conta Zap para a oferta de uma conta digital para seus clientes, especialmente os desbancarizados, aproveitando o maior acesso ao celular pela população de baixa renda em relação às contas bancárias. As informações são da edição desta terça-feira do Valor Econômico.
As empresas já assinaram o memoerando de entendimentos e estão formatando a operação, de acordo com o fundador da Conta Zap, Roberto Marinho, ao jornal. A fintech opera por meio de mensagem com os clientes no Whatsapp e será responsável pela parte operacional da joint-venture, tendo participação majoritária. A Oi entra na sociedade com a base de clientes, de 29 milhões de pessoas.
Fibra óptica
Na sexta-feira, o site do jornal Valor informou que a tele recebeu oferta do BTG Pactual (SA:BPAC11) (SA:BPAC11) por 25% do capital total e 51% do capital votante de sua rede de fibra óptica, segundo fontes ouvidas pelo Valor, sem revelar valores. Segundo o veículo, há cerca de dez proponentes para a compra de rede de fibra ótica da Oi, que entregaram suas propostas na semana passada. A proposta do BTG seria representante de um dos fundos de private equity sob sua gestão.
Batizada de InfraCo, a infraestrutura contém 400 mil quilometros de rede e vale R$ 25,5 bilhões, de acordo com a Oi. É um negócio rentável, com Ebtida em R$ 1,5 bilhão, mas que precisa de R$ 12 bilhões em quatro anos para expandir a rede onde a Oi não está presente. Após a venda do negócios, a tele pretende se manter como cliente da nova companhia.
De acordo com a Oi, o potencial comprador da parcela da InfraCo à venda deverá desembolsar, no mínimo, R$ 6,5 bilhões mais R$ 2,4 bilhões referentes à dívida da unidade, além de se comprometer a investir R$ 5 bilhões - no total, o negócio deve gerar R$ 13,9 bilhões no mínimo.
A oferta segue a expectativa do presidente da companhia, Rodrigo Abreu, de vender ainda este ano uma fatia da divisão de fibra óptica da Oi, conforme entrevista à Coluna Broadcast, do jornal O Estado de S.Paulo, em 24 de junho. Além disso, o executivo revelou naquela oportunidade que as negociações já aconteciam há alguns meses antes e que esperava uma oferta vinculante no segundo semestre. A procura, segundo ele, é alta. Ele também destacou que existe um apetite pelos ativos de infraestrutura e telecomunicações por parte de investidores globais. Sem citar nomes, ele incluiu fundos soberanos, de pensão e private equity.
Segundo informações do jornal O Globo de 22 de abril, a Oi tinha 1 milhão de clientes para internet fixa via fibra óptica, contra 200 mil em julho de 2019, resultado de intensificação de investimentos na área ano passado para ampliar a base de clientes e alcance. Uma das estratégias dos investimentos é permitir o reuso de rede, facilitando a empresa de fazer uma ágil expansão dos serviços pelo Brasil afora, tanto na oferta de conexões de ultra velocidade, assim como na oferta de soluções corporativas.
Mas há um risco relevante no negócio, segundo o Valor. A rede faz parte dos bens reversíveis da Oi por ser usada na telefonia fixa e banda larga, e não há definição de regras pela Anatel para o fim das concessões de telefonia fixa em 2025. De acordo com o jornal, o BTG avaliou que vale a pena correr o risco, e colocaria Amos Genish, sócio do banco e responsável pelo BTG Digital, como presidente do conselho de administração e executivo da InfraCo para implantar modelo semelhante ao que fez na GVT.
(Com contribuição de Reuters)