Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A Omega Geração, que opera pequenas hidrelétricas e parques eólicos, anunciou nesta terça-feira a entrada no setor de energia solar, com a aquisição de uma fatia de 50 por cento do complexo fotovoltaico Pirapora, em Minas Gerais.
A companhia, que tem como principal acionista a gestora de recursos Tarpon (SA:TRPN3) Investimentos, afirmou em comunicado que o negócio envolve um valor total previsto de 1,1 bilhão de reais, podendo variar em função de certas condições e dos financiamentos do empreendimento.
O presidente da Omega, Antonio Bastos Filho, disse à Reuters que cerca de 40 por cento do valor da transação será pago pela empresa, enquanto o restante envolverá a assunção de dívidas de longo prazo da usina.
Ele afirmou ainda que a empresa, que abriu capital no ano passado, seguirá atenta a novas oportunidades de aquisição de ativos de energia renovável no Brasil, principalmente em geração eólica e solar.
"Acreditamos que a energia solar vai ser uma fonte cada vez mais relevante para o Brasil, os custos têm decaído no mundo todo e aqui não é diferente... a tendência de crescimento da energia solar e eólica nos faz ser mais ativos em transações e prospecções nessas duas fontes", afirmou.
O negócio pela usina de Pirapora foi fechado junto à francesa EDF (PA:EDF) Renewables, de quem a Omega comprou uma fatia de 30 por cento, e à Canadian Solar, que vendeu uma parcela de 20 por cento.
O empreendimento tem contratos de longo prazo para a venda da produção, assinados após leilões do governo federal para projetos solares em 2014 e 2015.
O complexo Pirapora, o maior em energia solar do Brasil, é composto por 11 usinas já em operação comercial, totalizando 321 megawatts. Com a aquisição, a capacidade instalada da Omega passará a ser de 636,7 megawatts.
EXPANSÃO
Fundada em 2008, a Omega Geração tem projeção de chegar no início de 2019 com 744,7 megawatts em capacidade, o que inclui a perspectiva de que sejam concluídas na reta final deste ano compras já negociadas dos complexos eólicos Delta 5 e Delta 6, no Maranhão.
Esses empreendimentos, de uma desenvolvedora de projetos ligada à Omega, venderam a produção futura em contratos de longo prazo em um leilão do governo no final do ano passado.
"Entre janeiro de 2017 e o fim deste ano vamos ter crescido 400 por cento (em capacidade). É um crescimento bem robusto e temos conseguido trazer ativos muito bons para a empresa", disse o presidente da elétrica.
"Acho que o apetite por alocar capital em renováveis vai crescer nos próximos anos e somos uma opção bastante interessante para os investidores", adicionou.
O executivo explicou que a Omega tem prometido crescer por meio da aquisição de ativos operacionais de qualidade, um caminho que não será abandonado.
"Sem dúvida nenhuma, continuamos sempre interessados em bons ativos que tenham fundamentos de excelência, como esse que adquirimos agora", afirmou, sem detalhar metas.
Em fevereiro, o executivo havia dito que a Omega poderia alcançar 1 gigawatt em operação nos próximos dois ou três anos.
(Reportagem adicional de José Roberto Gomes)