SÃO PAULO (Reuters) - O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) está avaliando energizar uma linha de transmissão de forma emergencial e acionar termelétricas para ajudar a recompor os serviços de energia elétrica no Rio Grande do Sul, onde 420 mil consumidores ainda estão sem luz devido às enchentes.
Segundo o órgão, a linha de transmissão em 525 kilovolts (kV) entre as subestações de Itá e Gravataí, se energizada, será um reforço no atendimento à região metropolitana de Porto Alegre e ao sul do Estado gaúcho.
Entre as medidas de operação especial para o Estado, também foram citadas em comunicado na noite de quarta-feira o despacho da térmica Canoas e a manutenção da importação de energia do Uruguai no valor máximo permitido de 570 megawatts (MW).
A usina térmica Candiota, que está em manutenção programada, a partir de 31 de maio também poderá injetar até 350 MW, acrescentou o ONS.
O órgão também apontou que, em virtude das inundações, há uma série de ativos e equipamentos do setor elétrico fora de operação no Estado.
Estão indisponíveis quatro usinas hidrelétricas (Monte Claro, 14 de Julho, Jacuí e Dona Francisca), três subestações (Nova Santa Rita, Canoas 1 e Candelária), 10 transformadores e de 24 linhas de Transmissão. Não há previsão de retorno desses ativos à operação.
Ao todo, 422 mil unidades consumidores estão com os serviços de eletricidade interrompidos no Rio Grande do Sul, segundo o último balanço divulgado pela agência reguladora Aneel na noite de quarta-feira.
São 212 mil clientes sem fornecimento de luz pela RGE, do grupo CPFL (BVMF:CPFE3), 198 mil da CEEE Equatorial (BVMF:EQTL3), e outros milhares das cooperativas Certel e Certaja. Há municípios onde os serviços estão totalmente interrompidos.
A interrupção dos serviços de energia ocorre principalmente por questões de segurança dos consumidores, dada a grande quantidade de áreas alagadas, ou por restrições e bloqueios de acesso para realizar os religamentos.
Na véspera, o Ministério de Minas e Energia divulgou um plano que prevê que distribuidoras de energia de todo o país compartilhem eletricistas e equipamentos de infraestrutura para ajudar no restabelecimento dos serviços de energia elétrica e na reconstrução do parque elétrico do Rio Grande do Sul.
(Por Letícia Fucuchima)