Por Olesya Astakhova e Bozorgmehr Sharafedin e Alex Lawler
VIENA (Reuters) - A Opep e seus aliados liderados pela Rússia concordaram nesta terça-feira em prorrogar seus cortes de produção de petróleo até março de 2020, em uma tentativa de apoiar os preços da commodity devido ao enfraquecimento da economia e à maior produção nos Estados Unidos.
A aliança, conhecida como Opep+, tem reduzido a oferta desde 2017 para impedir uma derrocada dos preços em meio a uma competição cada vez maior com os Estados Unidos, que ultrapassou a Rússia e a Arábia Saudita para se tornar o maior produtor global.
Questionado por jornalistas sobre se um acordo havia sido atingido, o ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, disse: "sim".
O petróleo Brent, referência global, subiu mais de 25% até o momento neste ano, após o governo dos EUA ter apertado sanções sobre a Venezuela e o Irã, membros da Opep, reduzindo as exportações dos dois países.
A aprovação da prorrogação do pacto nesta terça-feira segue-se a uma decisão dos produtores da Opep na véspera.
Preocupações com uma demanda global mais fraca como resultado da tensão comercial entre EUA e China somaram-se aos desafios enfrentados pelo grupo de 14 países que compõe a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
A prorrogação do acordo deve enfurecer o presidente norte-americano Donald Trump, que havia pedido que a líder da Opep, Arábia Saudita, aumentasse sua oferta de petróleo para reduzir os preços dos combustíveis caso quisesse ajuda militar dos EUA em sua disputa com o arquirrival Irã.
Um salto nos preços do petróleo poderia levar a uma gasolina mais cara, um ponto importante para Trump, que deve buscar a reeleição no próximo ano.
(Reportagem adicional de Alex Lawler, Rania el Gamal, Ahmad Ghaddar, Shadia Nasralla e Vladimir Soldatkin)