Investing.com - Cada dia que passa, a saída mais provável para a Oi (SA:OIBR4) superar a recuperação judicial parece ser mesmo a venda fatiada de suas operações de telefonia móvel, fixa e infraestrutura para três companhias que já atuam no país. As informações constam na edição desta quarta-feira da Coluna do Broad, do Estadão.
A publicação informa que o modelo já teria apoio dentro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a expectativa é que esse desdobramento aconteça no ano que vem, quando a companhia deve estar sem caixa caso não consiga a venda de outros ativos ou levantar recursos por empréstimos.
Os acionistas, que em muitos casos são ex-credores que tiveram as dívidas convertidas em ações, dão sinais de que não devem mais injetar capital na Oi (SA:OIBR4). Desta forma, a coluna informa que, para a TIM (SA:TIMP3), Vivo e Claro, a venda fatiada seria uma boa opção, uma vez que apenas teriam que esperar que esses ativos “caiam no colo”.
O jornal destaca que a Telefônica (SA:VIVT4) (Vivo) e a Telecom Itália (TIM (SA:TIMP3)) já mostraram interesse na compra da operação de telefonia móvel da Oi (SA:OIBR4). Além disso, existem conversas em andamento com a americana AT&T e com a China Telecom.
Um ponto positivo, informa a publicação, é a recente mudança no marco regulatório do setor, que ainda espera pela sanção presidencial, e ajudou a atrair interessadas na Oi (SA:OIBR4). Até mesmo as operações de telefonia fixa, considerado obsoleto, tem potencial de atrair investidores.
Valor aponta dificuldades na venda de ativos e alto custo de financiamento
As opções para o reerguimento da Oi são limitadas, de acordo com informações da edição de quarta-feira do jornal Valor Econômico. O jornal informa que a venda das operações da telefonia móvel dependeria da chancela de uma nova assembleia de credores, pois durante a assembleia realizada em dezembro de 2017 foi aprovada a consolidação das dívidas de todas as empresas do Grupo Oi (SA:OIBR4) em recuperação judicial. Segundo uma fonte ouvida pelo Valor, a assembleia deveria desmembrar essa dívida, embora advogados especializados em recuperação judicial discordam dessa avaliação.
Além disso, o jornal diz que o presidente da AT&T Randall Stephenson, que visitou o presidente Jair Bolsonaro no fim de agosto, pretende investir no Brasil após o fim do imbróglio relacionada a compra da Time Warner pela empresa americana. No entanto, fonte ouvida pelo jornal afirma que os investimentos seriam em conteúdo, e não em infraestrutura, o que descarta o interesse da tele americana pela Oi (SA:OIBR4). A visita do executivo ao presidente brasileiro trouxe especulações a respeito de uma eventual aquisição da Oi, mas seu objetivo era tratar da Lei nº 12.485/2011, que limita a participação acionária entre produtoras e distribuidoras de conteúdo, o que afeta diretamente a aquisição da Time Warner pela AT&T.
Por fim, o jornal aborda as dificuldades de custo para o financiamento da companhia, da qual se especula que o caixa está curto para manutenção das atividades principais e corre o risco de sofrer intervenção da Anatel, agência reguladora de telecomunicações do país. Enquanto o spread médio de tomada de crédito do setor seja de 104% a 105% do CDI em um prazo de três a quatro anos, para a Oi o custo aumenta para 130% do CDI.