SÃO PAULO (Reuters) - O Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) elevou nesta quinta-feira a projeção para o Ibovespa no fim de 2022, de 125 mil para 135 mil pontos, prevendo impacto positivo de preços de commodities mais altos e estimando melhor performance dos grandes bancos do país.
O atual recorde do principal índice da bolsa brasileira, de 130.776,27 pontos, foi alcançado em 7 de junho de 2021. Às 13h52 (horário de Brasília), o Ibovespa caía 0,18%, a 118.019 pontos.
O BofA manteve recomendação 'overweight' para ações do país, apesar do recente rali - o Ibovespa avançou 12,5% no ano, enquanto os principais índices em Wall Street registram perdas.
No relatório, os analistas do banco afirmaram que papéis de empresas de crescimento acelerado, mais sensíveis às taxas de juros, mostram dificuldades, em meio a temores da instituição com a inflação e o custo de capital. Eles frisaram a recuperação em ações de crescimento nas últimas duas semanas, mas argumentam que o movimento foi global.
"O Brasil deve continuar a ser um destino-chave (de recursos) entre os emergentes, dado o peso de seus nomes de valor", escreveram David Beker e Paula Andrea Soto. A última projeção do Ibovespa do BofA era de novembro de 2021.
O BofA projeta elevação nos preços de petróleo, minério de ferro e celulose, commodities que têm grande influência no desempenho do índice. Petrobras (SA:PETR4), Vale (SA:VALE3), Suzano (SA:SUZB3) e Klabin (SA:KLBN11), por exemplo, estão relacionados às cotações dessas matérias-primas.
Além disso, os analistas projetam boa performance para ações de bancos, com melhores resultados e ajuste para os papéis que estão com avaliação abaixo dos patamares históricos.
Sobre o cenário macroeconômico, escreveram que a "percepção é de que temores com as eleições e as condições fiscais no Brasil diminuíram marginalmente, o que nos deixa confortáveis com o Ibovespa negociando próximo das médias históricas".
Com a projeção de 135 mil pontos no final de 2022, a relação preço/lucro projetado para 2023 do índice seria de 9 vezes, ou 12 vezes sem as ações de commodities, calcula o banco, "praticamente em linha com a média histórica".
(Por Andre Romani)