SÃO PAULO (Reuters) - O PagSeguro (NYSE:PAGS) superou previsões de lucro para o segundo trimestre, fortalecido por aumento da participação no mercado de adquirência e controle das despesas, o que compensou a alta do custo de captação num período de juros em elevação.
O grupo listado na Bolsa de Nova York (Nyse) informou nesta quinta-feira que teve lucro líquido ajustado de 403 milhões de reais, crescimento de 17% ante mesma etapa de 2021. O número veio acima da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de 367,6 milhões de reais. O lucro contábil ficou em 367 milhões de reais, acréscimo de 35% ano a ano.
O grupo de pagamentos digitais, que se apresenta como o segundo maior banco digital do país, só atrás do Nubank (BVMF:NUBR33), afirmou ter fechado junho com 15 milhões de clientes ativos, aumento de 1,6 milhão no trimestre.
De abril a junho, o volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) atingiu 89 bilhões de reais, alta anual de 58%. No fim do segundo trimestre, o PagSeguro chegou a 10,7% do mercado de adquirência, alta de 1,5 ponto percentual.
A receita líquida do grupo entre abril e junho foi de 3,9 milhões de reais, aumento de 65% em um ano, com elevação de 62% em serviços financeiros e de 68% na adquirência.
Em junho, o PagSeguro atingiu 15,5 bilhões de reais em depósitos, aumento de 163% em 12 meses. A carteira de crédito cresceu 105% ano a ano, a 2,3 bilhões de reais.
Segundo o copresidente-executivo do PagSeguro Ricardo Dutra, devido ao cenário econômico recente mais adverso no país, com inflação e juros mais altos, a companhia tem sido mais cautelosa na concessão de novos créditos.
"95% do crédito que liberamos no segundo trimestre foi colaterizado", disse ele à Reuters, referindo-se a empréstimos em que há garantias dos tomadores, casos de produtos como crédito consignado e saque-aniversário antecipado do FGTS.
(Por Aluísio Alves)