O que está por vir para o comércio EUA-Brasil? Especialista responde
LOS ANGELES (Reuters) - A Paramount Global (NASDAQ:PARA) disse nesta sexta-feira que espera concluir sua fusão com a Skydance Media até 7 de agosto, após a aprovação do governo para o acordo de US$8,4 bilhões.
Após o fechamento do negócio, a empresa passará a se chamar Paramount Skydance Corp e suas ações Classe B serão negociadas sob o símbolo PSKY.
O presidente-executivo da Skydance, David Ellison, está preparado para assumir o comando da Paramount Skydance, lar da tradicional Paramount Pictures, da rede de televisão CBS e de um conjunto de canais de televisão a cabo.
O novo presidente-executivo já está sendo confrontado com perguntas dos investidores sobre o futuro do serviço de streaming Paramount+, planos para os ativos de televisão em declínio da Paramount e previsões de gastos com conteúdo - incluindo esportes profissionais.
"Agora que o longo e demorado processo de venda está finalmente chegando ao fim, a liderança da Skydance está pronta para assumir o controle", escreveu Robert Fishman, analista de mídia da MoffettNathanson. "Com isso, o verdadeiro trabalho começa: reconstruir a Paramount, abordar as questões estratégicas críticas que estão por vir e traçar um caminho para um futuro mais sustentável e competitivo."
Anunciada há mais de um ano, a fusão unirá a valiosa biblioteca de filmes e TV da Paramount, incluindo clássicos como "Curtindo a Vida Adoidado" e "Bonequinha de Luxo", com filmes produzidos com a Skydance, incluindo "Top Gun: Maverick" e "Missão Impossível - Acerto de Contas".
Ellison não estava disponível para comentar. Ele já disse anteriormente que planeja expandir as capacidades tecnológicas da Paramount, reconstruir a plataforma Paramount+ e aumentar o negócio de streaming, além de reorganizar o negócio para priorizar o fluxo de caixa. Há um ano, ele disse que a equipe havia identificado US$2 bilhões em economia de custos.
A Comissão Federal de Comunicações autorizou o acordo na quinta-feira, apenas algumas semanas depois que a Paramount resolveu uma ação judicial movida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a edição pela CBS de uma entrevista no programa "60 Minutes" com sua adversária democrata, a ex-vice-presidente Kamala Harris.
O acordo de US$16 milhões atraiu críticas de que a Paramount havia efetivamente comprado a aprovação regulatória, com o dissidente democrata na votação de 2 a 1 da FCC chamando-a de "capitulação covarde" ao governo Trump. A agência afirmou várias vezes que sua análise era independente da ação judicial.
O acordo marca o fim do controle da magnata da mídia Shari Redstone sobre a National Amusements, controladora da Paramount. Redstone, que há muito tempo hesitava em se desfazer do estúdio que seu falecido pai, Sumner Redstone, adquiriu em 1994, abre mão das rédeas de um império de mídia que sua família construiu ao longo de décadas.
Como parte das negociações com a FCC, a Skydance concordou em nomear um ombudsman para tratar de reclamações sobre parcialidade editorial ou outras questões na CBS. A empresa também se comprometeu a acabar com as iniciativas de diversidade, equidade e inclusão que Trump alegou serem discriminatórias.
A CBS News nomeou Tanya Simon como a principal produtora do programa "60 Minutes" na quinta-feira, substituindo Bill Owens, que deixou o cargo alegando falta de independência editorial em meio à ação judicial de Trump.
Desde que anunciou o acordo, a Paramount passou por várias mudanças que incluem reestruturação interna, corte significativo de custos e mudanças na administração.
O diretor financeiro Naveen Chopra deixou a empresa em junho para assumir uma função semelhante na empresa de videogames Roblox (NYSE:RBLX).
(Reportagem de Dawn Chmielewski em Los Angeles e Akash Sriram e Harshita Mary Varghese em Bengaluru)