O Grupo Patrimar, de construção e incorporação de imóveis, encerrou o ano de 2023 com vendas de R$ 1,509 bilhão, um crescimento de 107% em relação a 2022. O volume foi recorde para a empresa, que atua nos segmentos de baixa, média e alta renda. No quarto trimestre, as vendas foram de R$ 368 milhões, alta de 153% em um ano.
Os lançamentos somaram R$ 1,905 bilhão ao longo do ano passado, avanço de 40% na comparação com o ano anterior. Foram 15 empreendimentos lançados, sendo seis deles no quarto trimestre, em que o valor foi de R$ 582 milhões, uma alta de 84% ante o mesmo período de 2022.
A velocidade de vendas (VSO), indicador que aponta o giro do estoque, foi de 52% no ano, um crescimento de 13 pontos porcentuais ante 2022.
"Uma velocidade de vendas de 52% é muito robusta, e provavelmente é das maiores que o mercado viu em 2023", afirmou ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o diretor de Finanças e de Relação com Investidores da Patrimar, Felipe Enck Gonçalves. "Praticamente vendemos o que lançamos. Foi uma conquista muito grande para uma companhia que vem se equilibrando em todos os segmentos."
Os números da Patrimar incluem a Novolar, que atende a clientes de menor renda. É por meio dela que o grupo opera no Minha Casa Minha Vida (MCMV), programa que Gonçalves acredita que neste ano terá horizonte positivo, graças ao controle da inflação, que aumenta a renda disponível em especial entre as famílias de menor renda.
Na operação como um todo, ao longo de 2024, o valor dos lançamentos não deve diferir da faixa que a companhia tem apresentado anualmente, de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões. O que pode mudar é a quantidade de empreendimentos: a maior participação de projetos do MCMV deve agregar unidades de menor tíquete, mas também mais numerosas que na média e na alta rendas.
No programa do governo federal, o financiamento é feito com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que é mais estável que a poupança, embora discussões em andamento, como a da possível mudança de remuneração das contas, preocupem o setor. Na poupança, Gonçalves afirma que o ano tende a ser estável, após um 2023 em que as cadernetas tiveram retiradas de R$ 87,8 bilhões, a segunda maior retirada da história.
"Não vejo 2024 como um problema. Se mantivermos o mesmo ritmo de 2023, talvez haja um problema de funding financiamento à frente, mas todo mundo tem trazido soluções para o financiamento", diz ele.
Terrenos
A Patrimar encerrou o ano passado com um banco de terrenos (landbank) também recorde, de R$ 12,9 bilhões, 14% acima do valor observado em dezembro de 2022. A companhia adquiriu 13 terrenos ao longo do ano passado, com um valor de vendas potencial de R$ 2,2 bilhões. Mais de 93% do total investido foi via permuta, reduzindo a demanda por caixa.
Segundo o diretor, neste ano, o banco de terrenos deve ficar estável. "Se lançarmos R$ 2,5 bilhões, vamos comprar R$ 2,5 bilhões; se lançarmos R$ 2 bilhões, vamos comprar R$ 2 bilhões, exatamente para não ficarmos com projetos que não temos capacidade de executar", diz ele.
O foco da empresa continuará sendo nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro, que são os maiores mercados da empresa, e também no interior de São Paulo.