Conhecidas como small caps, as pequenas empresas da Bolsa de Valores representam 31,36% de toda a B3 (BVMF:B3SA3), embora façam parte de um grupo específico do mercado. Com valor abaixo de R$ 5 bilhões, as companhias têm grandes chances de crescimento, mas estão entre os papéis considerados de alto risco. Ano passado, a representação do grupo era 1 ponto percentual acima da atual (32,59%).
No Brasil, um dos principais índices que reúne essas empresas é o SMAL11 (BVMF:SMAL11), que na 3ª feira (23.jul.2024) teve valor de R$ 101,90 na abertura do mercado. A expectativa para este ano é de uma reprecificação para cima do índice, impulsionada por um movimento de troca dos investidores das grandes corporações por empresas menores. O motivo: o cenário econômico do Brasil, segundo o economista Pedro Paulo Silveira, da Nova Futura Investimentos.
Silveira explica que as small caps enfrentaram uma queda média em seu valor de mercado porque foram lançadas como promessas de alto retorno, o que não se concretizou nos últimos anos. Durante a pandemia, muitas ofertas não tiveram o desempenho esperado, resultando em um panorama negativo em termos de performance, segundo ele. Apesar desse cenário desfavorável, há uma expectativa contínua de que as condições possam ser positivas para 2024. O mercado já sinaliza a mudança, segundo o especialista.
“Há uma relação entre a taxa de juros e o comportamento da bolsa. Em um cenário de queda na taxa de juros, os investidores tendem a buscar ações com maior potencial de crescimento. Largar as que se comportam com muita alta para comprar as que não subiram tanto ainda”, disse.
Segundo o especialista, as pequenas empresas são vistas como promissoras por conta do potencial para se tornarem grandes players no mercado, o que lhes confere uma vantagem competitiva em relação às grandes corporações.
Silveira explica também que os analistas de mercado esperam uma trajetória de crescimento elevada dos pequenos empreendimentos pela possibilidade de incorporar novos acionistas de forma acelerada e a partir daí operar em grande escala. No entanto, ele avalia que não há uma fórmula determinista que afirme tal cenário, segundo ele.
O sucesso dessas empresas dependeria de indicadores vulneráveis, da fase econômica do país e do setor em que atua. “Há uma diferença substancial no comportamento de uma empresa ao longo do tempo, e essa diferença é um fator importante para entender a performance dos investimentos. Empresas de grande capitalização já passaram por essa fase de crescimento e precisam buscar maneiras de manter ou elevar sua performance em um mercado mais maduro e consolidado”, disse.
Ainda que as small caps tenham alta, o aumento não reflete em crescimento de vendas, conforme Silveira. Ele depende das oportunidades de novos empréstimos e expansão das operações. “A performance da empresa não é afetada pelo aumento do valor de mercado dela. O que pode acontecer é um efeito de 2ª ordem, porque o valor cresce, ela tem condições de avançar as vendas e aí coloca dinheiro no caixa para fazer investimento e aumenta a operação, mas isso demora”, afirmou Silveira.
Entenda o SMALL11
O SMAL11 é um fundo negociado em bolsa que visa replicar o desempenho das pequenas empresas listadas na B3. Esse índice reflete o comportamento das empresas menores no mercado e é utilizado pelos investidores para medir o potencial de crescimento dessas companhias. Os investidores ainda podem investir separadamente nas companhias.