Novidades da cena política e indicadores econômicos externos também estarão no radar dos investidores (Flickr/Rafael Matsunaga)
SÃO PAULO – Diante das incertezas do cenário político, os investidores devem repercutir o noticiário corporativo nesta sexta-feira (29). As bolsas internacionais e os preços das commodities também estarão no radar.
Segundo Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos, “os holofotes devem ficar voltados ao cenário corporativo. Os balanços de Hering (SA:HGTX3), Raia Drogasil (SA:RADL3) e de Embraer (SA:EMBR3) devem repercutir e mexer com esses papéis ao longo da sessão”.
Qualquer novidade do ambiente político também pode influenciar o desempenho do principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo. Amanhã, a comissão especial do Senado que analisa o pedido de impeachment de Dilma Rousseff ouve as testemunhas de defesa da presidente.
“Os investidores já operam fazendo contagem regressiva para a saída de Dilma. Qualquer rumor sobre quem vai compor o governo de [Michel] Temer pode fazer preço na Bolsa”, afirma Suzaki.
Nesta sexta, a agenda econômica externa é mais relevante que a doméstica e será acompanhada de perto pelo mercado.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), a taxa de desemprego e o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro serão publicados às 6h (horário de Brasília). Nos Estados Unidos, o indicador que mede os gastos pessoais dos consumidores sairá às 9h30 (horário de Brasília).
Por aqui, dados fiscais, “que devem mostrar a situação delicada das contas públicas do país”, segundo o analista da Lerosa, serão publicados às 10h30.
Fechamento de mercado
A Bovespa fechou em queda nesta quinta-feira, seguindo a piora em Wall Street, enquanto a frustração com o resultado trimestral do Bradesco (SA:BBDC4) ofuscou a surpresa positiva do balanço da Vale.
O Ibovespa caiu 0,3%, a 54.311 pontos. No melhor momento da sessão, chegou a subir 0,9%, encostando em 55 mil pontos e renovando máxima intradia desde maio de 2015. O volume financeiro somou R$ 7,79 bilhões.
Já o dólar fechou em queda de quase 1% e foi abaixo de R$ 3,50, em linha com o mercado externo e após o Banco Central brasileiro mais uma vez não atuar no mercado cambial.
O dólar recuou 0,76%, a R$ 3,4976 na venda, voltando abaixo de R$ 3,50 pela primeira vez em duas semanas.
(Com Reuters)