Investing.com – As ações ordinárias da Petrobras registravam as piores quedas do Ibovespa na manhã desta quinta-feira, 27, após a estatal de petróleo divulgar dados operacionais do segundo trimestre. Às 11h20 (de Brasília), os papéis ON (BVMF:PETR3) recuavam 3,02%, a R$33,42. Enquanto isso, as ações ordinárias (BVMF:PETR4) perdiam 2,42%, a R$30,25. O índice da bolsa de valores brasileira caía 1,29%, a 120.978 pontos.
A produção média de petróleo, líquido de gás natural (LGN) e gás natural alcançou 2,64 MMboed entre o período de abril e junho, 1,5% abaixo dos três meses imediatamente anteriores, em função, “principalmente, do maior volume de perdas por paradas e manutenções, do declínio natural de campos maduros e de desinvestimentos, efeitos parcialmente compensados pelo ramp-up da P-71, no campo de Itapu, e pelo início de produção dos FPSOs Almirante Barroso, no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos e Anna Nery, no campo de Marlim, além de novos poços de projetos complementares, na Bacia de Campos”, informou a Petrobras em documento. O fator de utilização das unidades de refino da empresa alcançou 93% no 2T23, sendo que atingiu 95% em junho, maiores resultados desde 2015.
Após a divulgação, em relatório enviado aos clientes e ao mercado, o banco BTG (BVMF:BPAC11) afirmou que os dados operacionais podem indicar peso nos dividendos e riscos políticos, diante da nova estratégia de precificação de combustíveis da companhia. O BTG considerou a prévia do 2T23 fraca, com preços de petróleo e combustíveis mais baixos.
Em busca de conquistas de participação no mercado, a taxa de utilização das refinarias disparou para o maior indicador desde o terceiro trimestre de 2015. No entendimento do banco, fortes volumes de importação de gasolina e as vendas de gasolina provavelmente resultaram de preços mais baixos da estatal em relação à paridade de importação no segundo trimestre, “reforçando a vantagem competitiva do combustível fóssil sobre o etanol, apesar dos desinvestimentos de ativos”, aponta o banco, ao reforçar que os investidores devem ficar de olho nas margens do segmento.
“As perdas de estoque também devem contribuir para o enfraquecimento resultado, compensando custos competitivos de extração”, esperam os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte. O BTG estima receita líquida de US$ 21 bilhões e lucro de US$5,3 bilhões no balanço da estatal. O banco possui recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de US$14 para as ADRs listadas nos Estados Unidos (NYSE:PBR).
A Ativa Investimentos, por sua vez, considerou os dados de produção e vendas em linha com o esperado, mas apontou que as importações de derivados chamam atenção. O analista Ilan Arbetman citou a evolução da participação do pré-sal no mix da empresa, e concorda que o fator de utilização das refinarias esteve entre os destaques. Por outro lado, ainda no refino, a alta trimestral e elevação das importações “apontam que houve formação de estoques e podem afetar a margem do setor”, pondera Arbetman.
“Com o ligeiro decréscimo na produção de petróleo, menores preços QoQ do barril e um real mais forte, esperamos que Petrobras deva observar uma leve queda em seus resultados de E&P neste 2T23, porém estes ainda continuarão fortes”, completa o analista da Ativa, que enxerga pagamento de dividendos de R$0,96 por ação, mas prefere outros players do setor de petróleo e gás neste momento. A Ativa conta com indicação neutra e preço-alvo de R$28 para as ações preferenciais.
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