RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (BVMF:PETR4) espera acertar detalhes de um acordo com o Mubadala para retomar o controle da operação de uma refinaria de propriedade do fundo soberano de Abu Dhabi até o final do primeiro semestre, disse o presidente-executivo da petroleira estatal nesta terça-feira.
Jean Paul Prates disse no X, antigo Twitter, que as duas empresas intensificarão os esforços em torno do acordo sobre a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, "com vistas a finalizar a nova configuração societária e operacional ainda neste primeiro semestre de 2024".
A refinaria foi vendida na gestão anterior para o Mubadala em 2021 por 1,65 bilhão de dólares, como parte de uma estratégia de desinvestimento realizada durante a administração do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No ano passado, depois que Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o poder, a Petrobras sugeriu que poderia comprar de volta ativos de refino para aumentar sua produção de combustível.
À Reuters, o presidente da Petrobras lembrou que o "Mubadala, no final do ano passado, oficializou uma proposta de convite à Petrobras para que ela retornasse à Bahia, tanto assumindo a operação, eventualmente, da Rlam, mantendo o Mubadala como parceiro".
Isso, segundo Prates, traria de volta sinergias importantes envolvendo a Petrobras e a Rlam.
Prates não deu mais detalhes sobre como o negócio funcionaria, mas a Petrobras já havia dito anteriormente em um comunicado ao mercado que "avaliaria a aquisição de uma participação" na Rlam e na Acelen Renewable Energy, de propriedade do Mubadala.
A Rlam é responsável por cerca de 10% da capacidade de refino de petróleo do Brasil.
Prates também disse que a parceria incluiria participação da Petrobras em projetos de biocombustíveis do Mubadala no Brasil.
Em setembro, a Petrobras assinou um memorando de entendimento para estudar a possibilidade de se unir ao Mubadala em suas operações de downstream na Bahia, incluindo uma biorrefinaria na qual o fundo de Abu Dhabi estima que seriam necessários investimentos de 2,5 bilhões de dólares.
Na época, fontes disseram à Reuters que a parceria poderia abrir as portas para negociações sobre a Rlam, já que a Petrobras continuava interessada em recomprar a refinaria, apesar dos possíveis obstáculos antitruste.
(Reportagem de Fabio Teixeira, com reportagem adicional de Marta Nogueira)