SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) anunciou nesta quinta-feira que assinou, com um sindicato de 17 bancos, uma linha de crédito compromissada no valor de 4,35 bilhões de dólares, com vencimento em março de 2023, em operação que poderá ajudar a empresa a reduziu o custo e o tamanho de seu endividamento.
"Esse contrato cria mais uma alternativa de disponibilização de recursos para a companhia utilizar conforme sua necessidade. Dessa forma, a Petrobras poderá usar seu caixa para liquidação antecipada de dívidas já existentes, propiciando a redução do custo de carregamento da dívida", disse a empresa.
Na véspera, a estatal anunciou a assinatura de um novo contrato com o Banco do Brasil (SA:BBAS3) para financiamento a exportações no valor de 6,5 bilhões de reais, com vencimento em 2024, ao mesmo tempo em que liquidou antecipadamente notas de crédito à exportação (NCEs) emitidas em favor do BB, cujo saldo devedor (principal) somava 7,5 bilhões de reais.
A petroleira vem realizando um amplo trabalho em busca de melhorar o perfil da dívida, a maior do setor no mundo, reduzindo custos e alongando valores devidos no mercado.
Em comunicado ao mercado nesta quinta-feira, a estatal disse que poderá efetuar saques da linha assinada com o sindicato de bancos até o mês anterior ao vencimento. Os bancos líderes da operação ("joint bookrunner") são BNP Paribas (PA:BNPP), Citibank, Credit Agricole (PA:CAGR) e Mizuho Bank.
O produto está sendo utilizado de forma inaugural pela Petrobras e terá um custo de 0,51 por cento ao ano pela manutenção do limite junto aos bancos. Em caso de saque, o custo varia conforme a avaliação de crédito da empresa pelas agências de classificação de risco.
Se na data do saque a Petrobras tiver grau de investimento, o custo será Libor de 6 meses mais uma taxa fixa de 1,3 por cento ao ano; se for grau especulativo, o custo sobe para Libor de 6 meses mais uma taxa 1,7 por cento.
(Por José Roberto Gomes e Roberto Samora)