Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O tom positivo prevalecia na bolsa paulista na manhã desta quinta-feira, véspera de feriado, com Petrobras entre os maiores suportes após reajuste do preço do diesel, enquanto Cielo (SA:CIEL3) desabava após movimento agressivo da rival Rede acirrar competição no setor de meios de pagamentos.
Às 10:50, o Ibovespa subia 0,95 por cento, a 94.168,7 pontos. O volume financeiro somava 2,27 bilhões de reais.
O noticiário político relacionado à proposta de reforma da Previdência continua no radar, após adiamento de votação do texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A falta de articulação política e organização por parte do governo mantêm a bolsa sem uma tendência definida.
O Ibovespa caminha para fechar a semana no azul, mas em abril ainda acumula perdas de mais de 1 por cento.
A equipe da Coinvalores destacou em nota a clientes que investidores não receberam bem a postergação da discussão para a próxima semana, bem como a pressão para uma revisão do parecer do relator. "Adiaria mais o processo", afirmou.
No exterior, Wall Street trabalhava no azul, tendo de pano de fundo dados fortes sobre vendas de varejo nos Estados Unidos e expectativa de divulgação de relatório sobre o papel da Rússia na eleição norte-americana de 2016, enquanto os preços do petróleo também mostravam acréscimo.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subia 3,2 por cento e PETROBRAS ON (SA:PETR3) avançava 2,9 por cento, após anunciar na quarta-feira um aumento de 4,8 por cento no preço médio do diesel em suas refinarias. Em entrevista na véspera, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também afirmou que não foi "atingido" em sua autonomia no episódio em que o presidente Jair Bolsonaro agiu para evitar alta do preço do diesel pela Petrobras. O ministro acrescentou que o presidente "levantou a sobrancelha" sobre o tema de privatizar a petrolífera, num indicativo de menor resistência a essa ideia.
- VALE (SA:VALE3) avançava 1,1 por cento, endossando o viés positivo, em sessão de alta de papéis de mineradoras também no exterior.
- USIMINAS PNA (SA:USIM5) ganhava 3,1 por cento, mesmo após divulgar resultado trimestral considerado fraco por analistas, embora em linha, com o setor de siderurgia e mineração na bolsa como um todo em alta nesta quinta-feira. A Usiminas teve lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 474 milhões de reais no período, redução de 23,8 por cento na comparação anual. Separadamente, informou que investirá 1 bilhão de reais e terá despesas financeiras líquidas de 421 milhões de reais neste ano.
- CIELO desabava 8,5 por cento, após a rival Rede, do Itaú Unibanco, zerar taxa para antecipar recebíveis de lojistas que receberem pagamentos de compras com cartão de crédito à vista em terminais da empresa. Os lojistas receberão os valores depositados em dois dias. As condições valerão a partir de 2 de maio com faturamento na empresa de até 30 milhões de reais por ano. "A notícia é negativa para todos os adquirentes listados, Cielo, Stone e PagSeguro (NYSE:PAGS), em diferentes magnitudes, já que devem reagir ao movimento agressivo da Rede", destacou a equipe da XP Investimento em relatório a clientes.
- BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) valorizava-se 2,5 por cento, descolando da fraqueza dos bancos listados no Ibovespa, com BRADESCO PN (SA:BBDC4) em baixa de 0,6 por cento e ITAÚ UNIBANCO com oscilação positiva de 0,12 por cento. Analistas do Credit Suisse reiteraram recomendação 'outperform' ara BB e elevaram o preço-alvo das ações do banco estatal de 63 para 68 reais.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)