😎 Promoção de meio de ano - Até 50% de desconto em ações selecionadas por IA no InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

Petrobras mantém negociação com russa Acron apesar de guerra, dizem fontes

Publicado 04.03.2022, 08:18
Atualizado 04.03.2022, 18:46
© Reuters. Tanques de combustíveis da Petrobras em Paulínia
1/07/2017
REUTERS/Paulo Whitaker
XOM
-
PETR4
-

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - As negociações da Petrobras (SA:PETR4) com a russa Acron para a venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 não sofreram alterações ou cancelamentos, apesar da invasão da Rússia à Ucrânia, disseram à Reuters duas fontes brasileiras próximas da transação.

"As negociações seguem, continuam (apesar da guerra), e em cima da minuta assinada entre as duas partes", disse uma das fontes em condição de sigilo.

Uma minuta de contrato entre Petrobras e Acron foi assinada antes da guerra.

Após o ataque à Ucrânia, sanções e medidas financeiras restritivas começaram a ser impostas à Rússia, lançando incertezas para negócios russos no exterior.

Outras empresas e corporações multinacionais, incluindo as grandes petroleiras Exxon Mobil (NYSE:XOM) e BP, cortaram relações com a Rússia, abandonando bilhões de dólares em ativos e condenando o ataque russo à Ucrânia.

Mas, segundo uma das fontes, as sanções, pelo menos por ora, não impactaram as conversações.

"Para a Petrobras, nada mudou. Agora, se vai ter embargo, se vai afetar a negociação entre os dois países, a gente não sabe. Para Petrobras. está tudo normal", avaliou uma das pessoas.

Procurada, a Petrobras disse que não houve nenhuma atualização em relação ao que foi divulgado quando a empresa anunciou a assinatura da minuta.

A unidade de fertilizantes na cidade de Três Lagoas (MS) ainda precisa ter as obras concluídas. Quando os trabalhos foram interrompidos, há cerca de oito anos, aproximadamente 80% do empreendimento estava de pé, após gastos de 3 bilhões de reais.

Antes do conflito, o presidente Jair Bolsonaro esteve na Rússia e, numa reunião com o presidente russo Vladimir Putin, tratou de temas envolvendo fertilizantes.

O Brasil importa 85% dos fertilizantes que consome, e normalmente tem a Rússia como o fornecedor número 1.

"Para Petrobras não parou nada, não houve sinalização de algo diferente. Estão sendo dados os passos adiante... a guerra para Petrobras não afetou em nada a negociação", complementou uma das pessoas.

A unidade parada tem um custo mensal de mais de 1 milhão de reais à Petrobras, segundo uma fonte.

As duas fontes reforçaram que existe um processo de venda em curso que ainda precisa passar por todos os ritos de governança da estatal, num prazo ainda não definido.

"O prazo para fechar o negócio é o prazo para rodar na governança da empresa, ou seja, passar pela diretoria e depois seguir para conselho (de administração)", destacou uma das pessoas.

O anúncio das negociações foi feito no mês passado, primeiramente pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em visita ao Mato Grosso do Sul, local da unidade de nitrogenados.

OPOSIÇÃO POLÍTICA

Os russos buscam incentivos governamentais, como isenções de tributos, para adquirir a planta e fazer futuros investimentos, afirmaram as pessoas.

"A informação que nós temos é que ao comprar o ativo eles (os russos) não concluiriam a fábrica (de imediato). Fariam ali um entreposto para distribuir produtos para Brasil e América do Sul", disse uma das fontes.

Apenas em um segundo momento concluiriam as obras para iniciar a produção local.

Nesta sexta-feira, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) repudiou, em encontro com a diretoria da Petrobras, a possibilidade de a unidade se tornar uma "misturadora" de fertilizantes, e não uma produtora.

"Não aceitamos uma misturadora lá, que vai manter a nossa dependência de importação e não vai baratear o preço dos alimentos na mesa do povo brasileiro", disse ela em nota.

Simone era prefeita do município quando cedeu um terreno de cerca de 50 hectares para a construção da fábrica da Petrobras.

A construção da fábrica de fertilizantes foi iniciada em 2011 por um consórcio de empresas e, no final de 2014, a Petrobras suspendeu o contrato.

Em 2017, já no governo de Michel Temer, a estatal pôs a planta à venda, com a intenção de sair definitivamente do setor de fertilizantes.

© Reuters. Tanques de combustíveis da Petrobras em Paulínia
1/07/2017
REUTERS/Paulo Whitaker

A empresa chegou a negociar com a própria Acron no passado, mas encerrou as tratativas sem acordo no final de 2019.

Procurada nesta sexta-feira, a Acron não respondeu pedidos de comentários.

(Com reportagem adicional de Ricardo Brito e Marta Nogueira)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.