Por Luciano Costa e Marta Nogueira
SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) poderá levantar até 7,5 bilhões de reais com a abertura do capital de sua subsidiária de distribuição de combustíveis BR Distribuidora, em dezembro, como parte de seu plano bilionário de venda de ativos para ajudar a reduzir o endividamento da empresa, o maior de uma petroleira no mundo.
Segundo prospecto preliminar publicado pela estatal nesta quarta-feira, a oferta pública de distribuição secundária de ações da BR Distribuidora envolverá 291,25 milhões de papéis ordinários da empresa e a estimativa é que o preço por ação estará situado entre 15 reais e 19 reais.
Na operação, a Petrobras ofertará 25 por cento de sua participação na BR Distribuidora, no IPO (na sigla em inglês para oferta inicial de ações) que deverá ter seu preço fixado em 13 de dezembro, apontou o documento.
A oferta da maior distribuidora de combustíveis e lubrificantes do Brasil pode envolver ainda até 58,25 milhões de ações adicionais, ou 20 por cento dos papéis inicialmente ofertados, além de um lote suplementar de até 43,7 milhões de ações.
Nesse caso, a oferta da petroleira poderá crescer a 33,75 por cento de sua fatia na BR, caso sejam vendidas também as ações adicionais e do lote suplementar.
Considerando o máximo do preço sugerido, a empresa poderia obter até 7,5 bilhões de reais com a oferta, o que representaria o maior IPO no Brasil desde 2013, quando a BB Seguridade (SA:BBSE3) movimentou 11,475 bilhões de reais em sua oferta inicial de ações.
Dessa forma, o IPO da subsidiária da Petrobras deve contribuir de forma importante com a meta da companhia de levantar um total de 21 bilhões de dólares com venda de ativos no biênio 2017-2018, visando reduzir a sua dívida.
A dívida líquida da Petrobras somou 279,237 milhões de reais ao final do terceiro trimestre deste ano.
Às 14:24, as ações preferenciais da Petrobras operavam em alta de 1,4 por cento, enquanto o Ibovespa tinha uma estabilidade.
CRONOGRAMA
O coordenador líder da oferta será o BofA Merrill Lynch, enquanto BB (SA:BBAS3) Investimentos, Bradesco (SA:BBDC4) BBI, Itaú BBA, J.P. Morgan, Morgan Stanley (NYSE:MS) e Santander (SA:SANB11) também atuarão como coordenadores.
O início do período de reserva da oferta está previsto para 29 de novembro, com encerramento em 12 de dezembro.
Após a fixação do preço por ação, prevista para 13 de dezembro, o registro da oferta pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deverá acontecer no dia seguinte. Com isso, a previsão é que as ações da BR Distribuidora passarão a ser negociadas na bolsa paulista B3 (SA:BVMF3) em 15 de dezembro.
A empresa já vinha se preparando para o IPO da BR, um dos que são aguardados pelo mercado ainda para este ano, devido a preocupações com imprevisibilidades em 2018, em meio ao calendário eleitoral.
Em agosto, a Petrobras anunciou aporte de 6,3 bilhões de reais na BR em meio a medidas para limpar o seu balanço e atrair investidores. Dentre as ações, a Petrobras também anunciou uma cisão na BR para separar recebíveis de dívidas da Eletrobras (SA:ELET3) junto à distribuidora de combustíveis.
A Petrobras destacou que a BR teve participação de 30 por cento no mercado de combustíveis nos primeiros nove meses de 2017.
Constituída em 1971, a BR é líder em rede de postos, em atendimento a grandes consumidores e a empresas de aviação.
Em 2016, a empresa foi a segunda maior empresa brasileira em receita bruta, atrás apenas da própria Petrobras.
Em 2017, a receita líquida somou 61,4 bilhões de reais até setembro, segundo o prospecto divulgado nesta quarta-feira.
(Por Luciano Costa e Marta Nogueira; Reportagem adicional de Bruno Federowski)