SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) afirmou na noite de quarta-feira que está buscando evitar o repasse do salto nas cotações do petróleo após a invasão da Ucrânia pela Rússia para os preços dos combustíveis nas suas refinarias.
No início desta semana, duas fontes disseram à Reuters que executivos da Petrobras buscariam aprovação do governo para aumentar os preços dos combustíveis, com a defasagem entre os preços internacionais do petróleo e as cotações locais do combustível sendo vista em cerca de 30%.
A Petrobras afirmou em comunicado ao mercado que segue monitorando os desdobramentos da disparada do petróleo em seus negócios, buscando evitar passar a volatilidade de curto prazo causada por eventos conjunturais para seus preços locais.
A empresa vem enfrentando intensa pressão para abandonar seu atual método de atrelar os preços domésticos de diesel e gasolina às cotações internacionais.
O presidente Jair Bolsonaro criticou recentemente a política de preços, sugerindo que os lucros da companhia eram muito altos e que a empresa deveria proteger melhor os consumidores dos aumentos de preços.
A Petrobras disse no comunicado que também está fornecendo pareceres técnicos enquanto o Congresso discute maneiras de evitar que os preços dos combustíveis subam.
Na quarta-feira, uma série de reuniões interministeriais para discutir possíveis subsídios aos combustíveis terminou sem uma decisão.
O foco, assim, passava para uma votação no Senado alterando o cálculo do imposto estadual ICMS sobre combustíveis.
"Nesse momento, estão em discussão no Congresso Nacional diversos projetos de lei que abordam a questão dos preços de combustíveis. Nesse contexto, a companhia esclarece que auxilia e apoia as discussões com posicionamentos técnicos, e de forma transparente", disse a Petrobras.
(Por Gabriel Araujo)