O petróleo fechou em forte queda nesta segunda-feira, 2, revertendo os ganhos da semana passada, com investidores de olho no aumento previsto da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Indicadores que deram mais sinais de desaceleração econômica na China e a trajetória da pandemia de covid-19 também inspiraram cautela no mercado.
O barril do petróleo WTI com entrega prevista em setembro recuou 3,64% (-US$ 2,69) na New York Mercantile Exchange (Nymex), a US$ 71,26, enquanto na Intercontinental Exchange, o barril do Brent para outubro caiu 3,34% (-US$ 2,52), a US$ 72,89.
A partir desta segunda-feira, a Opep+ pôs em prática o aumento de 400 mil barris por dia (bpd) na sua oferta, segundo acordado na última reunião ministerial do cartel. Para o Commerzbank, a produção do grupo permanece "mais reduzida do que o planejado, o que significa que a conformidade dos países da Opep+ com o acordo de cortes na oferta diminuiu ligeiramente". Dada a atual situação apertada do mercado de petróleo, é possível esperar que a Opep+ oferte mais do que os 400 mil bpd adicionais planejados em agosto, segundo comenta o banco alemão.
Entre os principais compradores globais do óleo, a China registrou queda ao menor nível em 16 meses do seu índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial em julho, segundo medição conjunta do Caixin e da IHS Markit. O dado oficial também recuou no mesmo período. Segundo a Capital Economics, as leituras sugerem que sugerem que a atividade na indústria e no setor de construção chineses continuou a desacelerar.
Outro assunto acompanhado por operadores, a pandemia de covid-19 tem demonstrado recrudescimento em algumas das principais economias globais recentemente, incluindo Estados Unidos e China. Além das duas maiores potências do mundo, o Irã registrou hoje o seu maior número de casos diários da doença. A piora da crise sanitária afeta o otimismo com a retomada da economia global, pesando sobre s contratos do petróleo.
Ainda sobre o Irã, EUA e Reino Unido se juntaram a Israel neste fim de semana em acusação contra o país do Golfo Pérsico. De acordo com estas nações, Teerã realizou um ataque com drone ao petroleiro Mercer Street, próximo à costa de Omã, que deixou dois mortos na última quinta-feira (29).