(Reuters) - A Pfizer (NYSE:PFE) anunciou nesta sexta-feira que não avançará com uma versão de dose dupla diário da pílula para perda de peso danuglipron, que estava em estágio avançado de estudo, após a maioria dos pacientes abandonar um ensaio anterior devido a altas taxas de efeitos colaterais, como náuseas e vômitos.
Embora a Pfizer tenha uma versão de dose única da pílula para perda de peso em desenvolvimento, a decisão ainda assim representa um golpe para sua ambição de entrar em um mercado em expansão, que os analistas esperam que valha 100 bilhões de dólares até o final da década.
A Pfizer afirmou que o medicamento reduziu o peso em até 13% em 32 semanas em adultos com obesidade e sem diabetes tipo 2 em um ensaio de estágio intermediário. O percentual se compara a 15% para o medicamento experimental oral da Eli Lilly em 36 semanas em dose elevada.
A analista da Cantor Fitzgerald, Louise Chen, considerou os resultados do danuglipron decepcionantes.
Além dos efeitos colaterais, os resultados da perda de peso ficaram abaixo das expectativas de Wall Street e menores do que o necessário para convencer os médicos a recomendar a substituição de alternativas injetáveis, disse Chen, em nota aos clientes.
O danuglipron pertence à mesma classe de tratamentos para diabetes e obesidade que o Wegovy e o Ozempic, da Novo Nordisk, e o Mounjaro e Zepbound, da Eli Lilly.
Os tratamentos aprovados nessa classe são atualmente administrados por injeção, embora a Novo e a Lilly também estejam testando versões orais dos medicamentos.
A Pfizer afirmou que agora se concentrará em uma versão modificada do danuglipron, administrada uma vez ao dia, e que está "coletando dados para entender seu perfil potencial". Os dados sobre como esta versão interage com o corpo humano são esperados para a primeira metade do próximo ano.
A Pfizer disse que, embora efeitos colaterais comuns no estudo da versão de duas doses ao dia fossem leves, a empresa observou altas taxas no ensaio.
Elevadas taxas de descontinuação, superiores a 50%, foram observada em todas as doses, em comparação com cerca de 40% no placebo, segundo a farmacêutica.
A empresa afirmou que até 73% dos pacientes no ensaio tiveram náuseas; até 47% vômitos e até 25% diarreia. No entanto, a Pfizer acrescentou que nenhum novo sinal de alerta de segurança foi observado no estudo.
(Reportagem de Manas Mishra em Bengaluru e Michael Erman em Nova York)