Polícia faz operação em empresa acusada de revender 800 toneladas de carne contaminada por enchente no RS

Publicado 22.01.2025, 15:44
© Reuters.

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpriu oito mandados de busca e apreensão em endereços vinculados a uma empresa fluminense acusada de comercializar 800 toneladas de carne que ficaram submersas nas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em meados do ano passado. Quatro pessoas foram presas.

O delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Wellington Vieira afirmou que chegaram pela manhã na sede da empresa Tem di Tudo Salvados e encontraram uma série de irregularidades, incluindo alimentos mal acondicionados e fora da validade.

De acordo com as investigações, os sócios da empresa teriam adquirido de um frigorífico gaúcho 800 toneladas de carne que ficou submersa por vários dias em Porto Alegre, sob a alegação de que seria destinada à fabricação de ração animal e outros produtos como graxa. No entanto, a carne imprópria para consumo humano foi revendida a outras empresas do país.

"A carne putrificada foi maquiada para ser revendida", disse o delegado a jornalistas. "A fraude começou a ser descoberta a partir do momento que o frigorífico que vendeu a carne comprou parte dessa mesma carne por outros canais. A coincidência ajudou", acrescentou.

A empresa, segundo a polícia, teria permissão para fazer o reuso de produtos com prazo de validade expirado.

"No Sul, iniciou uma investigação dando conta que um empresário aqui do Rio teria comprado ao menos 800 toneladas de carne bovina, frango, suína e etc para fazer ração. Mas, não fez nada disso. Na verdade revendeu essa carne deteriorada como se fosse carne boa", disse Vieira.

De acordo com a polícia, boa parte da carga de carne contaminada nem chegou a entrar no Estado do Rio de Janeiro. O material teria sido comercializado direto com empresas, frigoríficos e mercados de outros Estados. "Foram 32 carretas que saíram do Sul e agora buscamos as empresas que compraram e foram lesadas", disse o delegado.

Os investigados podem responder pelos crimes de associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, com alcance em todo o território nacional, segundo comunicados das autoridades estaduais.

A Reuters tentou contato com representantes da Tem di Tudo Salvados, sediada em Três Rios (RJ), por telefone, email e redes sociais, mas não obteve retorno de imediato.

 

(Por Patricia Vilas Boas, em São Paulo, e Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)

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