Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - O banco BTG Pactual tem uma visão extremamente positiva sobre a possível fusão entre as companhias Hapvida e Intermédica anunciada nesta segunda-feira (11). Assim, o banco reitera Compra para as ações de ambas as companhias.
O papel HAPV3 fechou as negociações do dia em alta de 18,20%, a R$ 8,46%, após ter atingido R$ 18,48 na máxima, enquanto GNDI3 fechou em alta de 11%, a R$ 101,45, tendo registrado máxima de R$ 103,04. Na direção oposta, o Ibovespa fechou em queda de 1,46%, aos 123.255 pontos.
Nas palavras do BTG, segundo relatório distribuído na segunda-feira, o acordo não poderia ser melhor para ambas as companhias. Juntas, elas representariam 2,6% do Ibovespa e teriam 18% de market share, com 8,24 milhões de membros em seus planos de saúde. Além disso, a receita combinada em 2021 deve ser de R$ 25 bilhões, o Ebitda, de R$ 4,5 bilhões, o lucro líquido ajustado de R$ 2,69 milhões, a dívida líquida de R$ 2,19 bilhões e o valor de mercado de R$ 118 bilhões.
Além disso, o banco destaca as sinergias, que devem ser significativas, possibilitando economias em despesas gerais e administrativas, suprimentos médicos, capex de equipamentos e mais.
O BTG (SA:BPAC11) diz ainda que, ao contrário do que pode parecer, a fusão seria positiva para o setor, visto que deve trazer certa disciplina a uma indústria altamente fragmentada. Além disso, como as duas empresas normalmente competem entre si por aquisições, o valuation de alvos de M&A pode cair. Como evidência, o banco aponta que todo o setor de saúde teve alta na sessão de hoje.
Segundo a proposta, apresentada hoje pela Hapvida ao conselho da Intermédica, os acionistas da HAPV iriam deter uma participação de 53,1% da nova companhia, enquanto os acionistas da GNDI teriam 46,9% de participação. A proposta contempla ainda a expansão do quadro de diretores, o plano de manter o atual CEO da Intermédica em uma posição estratégica e de oferecer pacotes de compensação atraentes aos principais executivos da companhia.
O BTG ressalta que é improvável que o Cade rejeite a proposta, visto que as companhias são majoritariamente complementares. Apenas em dois estados (Minas Gerais e São Paulo) a concentração de mercado deve levar a um aumento de market share regional acima dos 4 pontos percentuais. Isso porque a Hapvida não está presente no principal centro de crescimento da Intermédica, a cidade de São Paulo, enquanto a Intermédica tem praticamente nenhuma exposição ao Norte e Nordeste, lar de mais de 60% do portfólio da Hapvida.