SAO PAULO (Reuters) - A Biosev (SA:BSEV3), a fabricante brasileira de açúcar e etanol controlada pelo negociante de commodities Louis Dreyfus, relatou nesta terça-feira que sua perda na safra de 2018/19 até dezembro aumentou 8,4 por cento em relação ao mesmo período do ciclo anterior, para 892,6 milhões de reais.
A Biosev informou ainda nesta terça-feira uma perda de 230 milhões de reais no terceiro trimestre do ano-safra encerrado em dezembro, principalmente devido à desvalorização da moeda brasileira. A perda foi 17 por cento menor ante o mesmo período do ano anterior.
Quase 90 por cento dos 5,94 bilhões de reais em dívida da Biosev são denominados em dólar. A companhia disse que as flutuações cambiais têm um efeito não caixa, já que a maior parte da dívida vence entre 2021 e 2023, quando a companhia planeja ter dinheiro suficiente para pagar.
Juan José Blanchard, presidente-executivo da Biosev, disse à Reuters em uma breve entrevista para comentar os resultados que o desempenho da companhia no trimestre foi positivo, considerando o cenário desafiador de menor moagem de cana após uma seca e baixos preços globais do açúcar.
"Conseguimos cortar custos operacionais e de produção, buscando melhorar a geração de caixa, mesmo nessa situação difícil", afirmou, citando uma melhora de 2,5 pontos percentuais na margem Ebitda e uma redução de 30 por cento nas despesas gerais.
VENDA DE ATIVOS
A Biosev vendeu duas usinas na região Nordeste do Brasil no ano passado, em um movimento para otimizar as operações e cortar despesas.
Blanchard disse que não há negociações atualmente para mais desinvestimentos e vendas de ativos, negando uma reportagem recente na mídia brasileira de que a Biosev estava conversando com a Cargill para uma possível parceria.
O CEO disse que espera uma melhora no mercado de açúcar no segundo semestre de 2019, já que o balanço global passa de superávit para déficit.
(Por Marcelo Teixeira)