Premiê francês propõe imposto sobre fortunas para romper impasse orçamentário, oposição quer mais

Publicado 03.10.2025, 10:50
Atualizado 03.10.2025, 10:56
© Reuters.

Por Michel Rose e Ingrid Melander

PARIS (Reuters) - O primeiro-ministro francês, Sebastien Lecornu, apresentou nesta sexta-feira um imposto sobre a riqueza entre propostas destinadas a ganhar o apoio da esquerda para o orçamento de 2026, as quais os socialistas imediatamente chamaram de "insuficientes", sem fechar a porta a novas negociações.

Em conversas com líderes do Partido Socialista, Lecornu propôs um imposto sobre a riqueza financeira para quebrar um impasse em torno do orçamento do próximo ano. Esse imposto não se aplicaria aos ativos profissionais dos proprietários de empresas, disseram à Reuters duas fontes próximas ao primeiro-ministro.

No início do dia, Lecornu descartou a possibilidade de usar os poderes constitucionais previstos no artigo 49.3 para aprovar o orçamento no Parlamento sem votação, uma medida que os socialistas e o Reunião Nacional (RN), de extrema direita, saudaram, mas disseram não ser suficiente.

"Ele nos apresentou uma proposta (de orçamento) que era muito insuficiente e, em muitos aspectos, alarmante em sua essência - embora tenha esclarecido que, ao se comprometer a não usar mais o Artigo 49.3, o projeto poderia ser emendado pelo Parlamento", disse o líder do Partido Socialista, Olivier Faure, após a reunião, acrescentando que agora está esperando para saber se Lecornu irá além.

Os rendimentos dos títulos franceses subiram ligeiramente após as falas de Faure.

O Parlamento é dividido em três blocos, nenhum dos quais tem maioria, e Lecornu depende dos partidos rivais para aprovar a legislação -- e para sua própria sobrevivência como primeiro-ministro.

No mês passado, Lecornu se tornou o quinto primeiro-ministro do presidente Emmanuel Macron em dois anos, depois que o Parlamento destituiu seu antecessor, François Bayrou, por causa de seus planos para uma redução orçamentária de 44 bilhões de euros no próximo ano.

A decisão de Lecornu de descartar o uso da cláusula do Artigo 49.3 da Constituição é vista como uma forma de devolver o poder ao Parlamento em meio a negociações orçamentárias tensas.

A cláusula, que permite que os primeiros-ministros aprovem projetos de lei sem votação, tem sido criticada como antidemocrática, mas os antecessores de Lecornu a utilizaram com frequência para aprovar legislações complexas.

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