Primeiro voo comercial do "táxi aéreo" eVTOL está previsto para 2027, diz presidente da Embraer-X

Publicado 30.04.2025, 17:02
Atualizado 30.04.2025, 17:05
© Reuters. Logo da Embraer n23/05/2022nREUTERS/Denis Balibouse

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O primeiro voo comercial do veículo elétrico de decolagem e pouso vertical (eVTOL), da Eve Air Mobility (NYSE:EVEX), controlada da Embraer (BVMF:EMBR3), deve acontecer em 2027, disse Daniel Moczydlower, presidente-executivo da Embraer-X, aceleradora criada pela fabricante brasileira de aviões.

A Eve é uma subsidiária da Embraer focada em mobilidade aérea urbana.

Em entrevista à Reuters, Moczydlower afirmou que o novo meio de transporte, que vem sendo chamado de "táxi aéreo", será acessível a famílias de classe média. A ideia é que o primeiro voo comercial com um eVTOL ocorra com uma aeronave com capacidade para quatro passageiros e um piloto. No futuro, a expectativa é operar sem tripulação, transportando até seis passageiros.

O Brasil tem avançado no processo de regulação e certificação desse novo modal aéreo, com o objetivo de disponibilizá-lo em cerca de dois anos.

"O grande desafio nosso é democratizar o acesso ao transporte aéreo, estamos imaginando uma aeronave com um custo de operação muito menor que de um helicóptero, custos de manutenção menores e outras vantagens que viabilizam o negócio", disse Moczydlower.

"Será um meio de transporte focado na classe média. Quem pode pagar um táxi premium hoje vai poder ter acesso a esse novo meio de transporte", acrescentou.

Antes, a meta era lançar entre 2026 e 2027, mas agora a projeção está concentrada em 2027. "Não podemos ser mais precisos do que isso, porque nosso papel como fabricante é a solução e existe um processo de certificação e regulação", explicou.

A Embraer já realiza testes com um protótipo em escala reduzida -- cerca de um terço do tamanho previsto para operação comercial. Nessa fase experimental, a aeronave é controlada remotamente, mas no futuro poderá fazer voos tripulados.

"Agora, em 2025, (a aeronave) tem um piloto remoto sem ninguém a bordo, e o próximo passo entre 2026 e 2027 vai ser com piloto a bordo e com configuração real projetada", disse o CEO da Embraer-X.

Para voos de curta distância dentro das cidades, o eVTOL é visto como um potencial substituto do helicóptero, oferecendo mais eficiência e menor custo, disse Moczydlower. Enquanto o helicóptero usa combustível fóssil, o eVTOL é movido por baterias elétricas. Além disso, o aéreo também promete um nível menor de ruído e manutenção mais barata.

"Depois de alguns anos do serviço, dá para falar em equilibrar o custo de uma viagem de eVTOL a um custo de um táxi premium. O mesmo que você que gastaria para ficar duas ou três horas engarrafado em uma cidade, você vai gastar em um voo compartilhado. Estamos tentando chegar a essa faixa de custo para ser um veículo democrático e acessível. Não é algo para ser usado só por altos executivos ou uma elite", afirmou.

As expectativas são altas em torno do novo modal: já foram feitas cerca de 3 mil encomendas da aeronave. As companhias aéreas estão entre os principais interessados no chamado "táxi voador" e a expectativa é de que, futuramente, as empresas possam oferecer aos seus clientes passagens combinando voos convencionais com viagens de "última milha" via eVTOL.

"As empresas aéreas estão muito animadas e entusiasmadas. Não é à toa que a United Airlines (NASDAQ:UAL) é um das investidoras na Eve, e outras aéreas já são clientes", disse o executivo.

O foco do eVTOL serão trajetos de até 100 km, especialmente dentro das regiões metropolitanas. "Não é para ser um transporte de uma para outra cidade, mas para se locomover de maneira mais ágil e mais fácil dentro da própria cidade", afirmou.

A Embraer terá uma unidade dedicada à produção do eVTOL em Taubaté (SP), mas o executivo acredita que, no futuro, possam surgir novas unidades em locais estratégicos fora do país para atender à potencial demanda global.

"Esse será um mercado global como o de jatos executivos. A diferença é que a natureza desse produto vai, talvez, exigir uma estratégia industrial e logística mais distribuída", disse o CEO da Embraer-X.

"Como é um veículo de autonomia muito curta, nossa primeira fábrica vai ser em Taubaté, mas as próximas fábricas vamos ter que olhar onde estão os grandes mercados e como montar uma estratégia de montar eficiente para montagem final desse veículo mais perto dos principais mercados."

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