Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A privatização dos Correios só deve acontecer em 2022, disse nesta quarta-feira o diretor do BNDES Leonardo Cabral, que estima que ao menos 70% do capital da empresa seja oferecido à iniciativa privada.
A ideia é que a União fique apenas com uma fatia minoritária da empresa para não atrapalhar o certame e a operação da companhia.
"O que desejamos é uma venda significativa do controle da União, não vender 51% e manter participação relevante. Entendemos que isso poderia afastar interessados", disse Cabral durante evento do jornal Valor Econômico.
A operação ainda depende de decisões de outros órgãos. "Desenhamos uma operação em que a União perde o controle da companhia e uma venda substancial, acima de 70%, ocorre a terceiros", adicionou.
A venda do controle dos Correios foi incluída no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e a privatização ainda precisa de aval do Congresso, onde o negócio caminha em regime de urgência.
"Isso nos dá o conforto que até o meio do ano o projeto vai estar deliberado pela Câmara e a gente assim consegue dar sequência ao processo. Já aprovamos com consultores a modelagem inicial e já está no detalhamento", afirmou.
"Em agosto ou setembro a gente vai estar com uma transação pronta para ser deliberada pelo conselho de ministros e para análise do Tribunal de Contas da União (TCU) que deve terminar no fim de 2021", disse o diretor.
Segundo Cabral, após a aprovação do TCU, o edital do leilão será publicado e se houver resposta do mercado em 30 a 60 dias, "em janeiro ou fevereiro (2022) a gente consegue executar essa transação". Ele não estimou o potencial valor de mercado dos Correios.