Produção de açúcar do Centro-Sul aumenta 12,16% na 1ª quinzena, mas fica abaixo das previsões

Publicado 27.09.2022, 12:27
Atualizado 27.09.2022, 12:30
© Reuters. Trator carrega cana-de-açúcar em plantação do Grupo Moreno em Ribeirão Preto, nem São Paulo; 15 de setembro de 2016. REUTERS/Nacho Doce

SÃO PAULO (Reuters) - A produção de açúcar do centro-sul do Brasil somou 2,86 milhões de toneladas na primeira quinzena de setembro, alta da 12,16% ante o mesmo período da temporada passada, com usinas destinando uma maior parcela da cana para a produção de adoçante, que tem remunerado mais que o etanol, de acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) nesta terça-feira.

A produção ficou abaixo da expectativa de uma pesquisa da S&P Global Commodity Insights, que apontava 2,94 milhões de toneladas para o período. Participantes da pesquisa também esperavam uma moagem de cana acima da registrada.

As usinas da principal região produtora do país processaram 39,5 milhões de toneladas na primeira parte de setembro, segundo a Unica, alta de 2,51% ante igual período de 2021 --a sondagem da S&P havia projetado média de 41 milhões de toneladas.

O total de cana destinada para a produção de açúcar ficou bem perto da pesquisa, somando 48% do total processado, versus 44,86% vistos na mesma quinzena da temporada passada.

Além disso, a fabricação dos produtos de cana foi beneficiada por uma melhora de 2,2% na qualidade da matéria-prima colhida na primeira quinzena de setembro, para 158,52 kg de ATR (Açúcar Total Recuperável) por tonelada de cana processada.

Com vendas de etanol em baixa e o açúcar oferecendo melhores retornos econômicos, a produção do biocombustível na primeira quinzena aumentou menos que a do adoçante. A fabricação de álcool avançou 2%, para 2,12 bilhões de litros.

Na primeira quinzena de setembro, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 1,15 bilhão de litros de etanol, queda de 2,64% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.

No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado foi de 647,72 milhões de litros, redução de 3,25%. As vendas domésticas de etanol anidro totalizaram 450,53 milhões de litros no mês, redução de 6,74%, segundo a Unica.

ACUMULADO DA SAFRA

Apesar dos números quinzenais de produção positivos, os dados no acumulado da safra 2022/23 ainda estão em baixa.

A moagem totalizou 405,82 milhões de toneladas entre abril e a primeira quinzena de setembro, queda de 6,06%.

Mas, com a expectativa de período de moagem mais longo na temporada atual, a perspectiva de analistas é de um crescimento nos volumes processados ante a temporada passada.

"A despeito da queda observada nos valores acumulados, o atual ciclo agrícola deverá ter duração mais longínqua graças ao melhor desenvolvimento da lavoura. Com isso, é esperado que um maior número de usinas permaneça em operação durante os meses de novembro e dezembro, ao contrário do que ocorreu no ano de 2021", disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

De maneira geral, as usinas esperaram mais tempo para iniciar a moagem em 2022/23 (abril/março), aguardando um melhor desenvolvimento da cana, até que a lavoura ficasse mais produtiva.

A produtividade agrícola do canavial do centro-sul do Brasil aumentou 5% no acumulado da safra 2022/23 até agosto, beneficiada por chuvas favoráveis, disse o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), na véspera.

Por outro lado, a qualidade da matéria-prima ainda registra uma queda de 1,17% no acumulado da safra ante a temporada passada, com o indicador marcando 139,99 kg de ATR/tonelada, a despeito da melhora vista na quinzena.

Até o dia 16 de setembro, 252 unidades estavam em operação no centro-sul frente a 253 no mesmo período da safra anterior, disse a Unica, citando que na última quinzena quatro unidades produtoras encerram a moagem do atual ciclo.

 

(Por Roberto Samora)

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