Por Marta Nogueira e Peter Frontini
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Vale (BVMF:VALE3) produziu 307,79 milhões de toneladas de minério de ferro em 2022, queda de 1,6% ante o ano anterior, com recuo ainda maior nas vendas, diante de atrasos em licenciamentos em Serra Norte e performance operacional na importante mina S11D, no Pará, informou a gigante mineradora nesta terça-feira.
O volume ficou abaixo da meta recentemente revista pela companhia para o ano, de 310 milhões de toneladas, mostraram dados do boletim trimestral de produção e vendas da companhia.
A queda foi parcialmente compensada, no entanto, por um avanço contínuo da produção em Vargem Grande e maior produção via processamento a seco em Brucutu, ambos os ativos em Minas Gerais, além de maior compra de terceiros, pontuou a Vale.
As vendas da commodity somaram 260,66 milhões de toneladas no ano passado, uma queda de 3,8% na comparação com 2021.
A produção de pelotas, por sua vez, totalizou 32 milhões de toneladas em 2022, um aumento de 1,3% na comparação com o ano anterior, com um melhor mix de pelotas de redução direta (49% do total da produção vs. 41% em 2021), "alavancado pelo feed de maior qualidade e aproveitando maiores prêmios de mercado".
O volume de pelotas produzido, porém, também ficou levemente abaixo da meta para o ano, que indicava 33 milhões de toneladas.
A Vale tem reforçado sua estratégia para focar mais em valor do que em quantidade, buscando avançar na produção de produtos com maior valor agregado.
Já a produção de minério de ferro no quarto trimestre de 2022 foi de 80,85 milhões de toneladas, queda de 1% ante o mesmo período do ano anterior e recuo de 9,9% em relação ao terceiro trimestre.
As vendas do minério no último trimestre do ano do ano passado somaram 81,20 milhões de toneladas, uma queda de 0,7% na comparação com um ano antes, mas alta de 24,2% na comparação com o terceiro trimestre, com impulso da conversão dos estoques formados no trimestre anterior em vendas.
METAIS BÁSICOS
Já do lado dos metais básicos, a Vale somou produção de níquel de 179 mil toneladas em 2022, alta de 6,4% na comparação com o ano anterior, explicada principalmente pela estabilização das operações após paralisação do trabalho de Sudbury, no Canadá, em 2021, assim como o consistente e forte desempenho em Onça Puma, no Pará, disse a Vale.
A previsão da Vale era produzir 180 mil toneladas de níquel no ano passado.
As vendas do metal somaram 180,8 mil toneladas em 2022, queda de 0,5% ante o ano anterior.
No quarto trimestre, a produção de níquel somou 47,4 mil toneladas, queda de 1,3% ante um ano antes e recuo de 8,5% na comparação com o trimestre anterior. Já as vendas somaram 58,2 mil toneladas, avanço de 30,2% na comparação com um ano antes e alta de 31,4% na comparação com o trimestre anterior, também devido a conversão de estoques.
O metal também é uma matéria-prima chave para a indústria de veículos elétricos em expansão, onde é usado para a fabricação de baterias. A Vale fechou contratos para fornecer níquel para grandes montadoras, incluindo Tesla (NASDAQ:TSLA) e General Motors (NYSE:GM).
A produção de cobre da empresa caiu 14,7%, totalizando 253 mil toneladas em 2022, devido a manutenção prolongada no moinho de Sossego durante o primeiro semestre do ano, e manutenção adicional necessária tanto em Sossego quanto em Salobo.
A previsão da Vale era produzir 260 mil toneladas de cobre no ano passado.
"Esses eventos foram parcialmente compensados por uma maior produção no Canadá devido a estabilização das minas de Sudbury e a recuperação de cobre de estruturas que contêm precipitados de cobre em Thompson, reduzindo desperdício como parte da nossa abordagem alinhada à mineração circular", disse a Vale.
As vendas de cobre somaram 243,9 mil toneladas em 2022, queda de 14,3%.