SÃO PAULO (Reuters) - A demanda por voos domésticos no Brasil cresceu em julho sobre um ano antes, mas apoiada em uma base fraca de comparação e promoções realizadas pelas companhias aéreas, disse nesta quarta-feira a associação que representa o setor, Abear.
Segundo a entidade, a demanda cresceu 8,34 por cento em julho ante igual mês do ano passado, acima da alta de 6,11 por cento da oferta, fazendo com que a ocupação das aeronaves voltasse a crescer na alta temporada após dois meses consecutivos de redução.
"O PIB está paralisado, mas os preços das passagens estão caindo e isso empurra a demanda para cima", disse o consultor técnico da Abear, Maurício Emboaba. "Especificamente, no caso da TAM e da Gol, os balanços do segundo trimestre mostraram que os preços caíram entre 20 e 25 por cento em relação a igual período do ano passado", acrescentou.
Os números também refletem a base fraca de comparação de julho do ano passado, quando houve menor movimentação de passageiros corporativos durante a Copa do Mundo.
O desempenho resultou em uma taxa de ocupação das aeronaves de 83,42 por cento em julho, avanço de 1,72 ponto percentual sobre julho de 2014. A taxa vinha caindo desde fevereiro, tendo apresentado alta apenas em abril.
O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, notou, porém, que os incentivos promocionais das companhias aéreas têm limite. "Somos um setor que opera com margens apertadas e vivemos um período de custos em alta em razão da contínua valorização do dólar. Vamos continuar muito atentos com o restante da temporada", disse.
A TAM ficou na liderança do mercado doméstico em julho, com 37,66 por cento da demanda, seguida por Gol, com 36,97 por cento. A Azul veio logo depois, com 16,79 por cento, e a Avianca ficou com 8,58 por cento do mercado.
No mercado de voos internacionais, a demanda subiu 22,12 por cento e a oferta cresceu 25,37 por cento, com a taxa de ocupação ficando em 82,93 por cento, queda de 2,21 pontos percentuais.
De acordo com Emboaba, do crescimento de 22 por cento da demanda, 60 por cento corresponde à procura pelos novos voos da Azul, que passou a oferecer rotas para os Estados Unidos, com preços agressivos.
A TAM também ficou na liderança do mercado de voos internacionais, com fatia de 76,92 por cento da demanda. A Gol somou 14,72 por cento do mercado, a Azul ficou com 8,32 por cento e a Avianca ficou com 0,04 por cento.
(Por Priscila Jordão)