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Raízen fecha parceria com biorrefinaria holandesa para explorar lignina, resíduo do E2G

Publicado 15.08.2024, 09:45
© Reuters. Colheitadeiras em plantação de cana-de-açúcarn13/09/2018 nREUTERS/Paulo Whitaker
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Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) - A Raízen (BVMF:RAIZ4) fechou um acordo com a biorrefinaria holandesa Vertoro para desenvolver novos usos para a lignina, um resíduo da produção de etanol de segunda geração (E2G), como a sua conversão em biocombustíveis avançados, produtos químicos e materiais, disseram as empresas à Reuters.

A parceria prevê a validação da tecnologia para aumentar o valor agregado do resíduo na planta de demonstração da Vertoro na Holanda e tem como objetivo garantir contratos de compra garantida da lignina visando a futura instalação de uma unidade de produção em escala comercial que será integrada às plantas de E2G da Raízen.

"Nos próximos dois anos, a gente quer validar a planta de demonstração e ter contratos de venda dessa lignina para abrir esse mercado, e aí viabilizar nossa primeira planta aqui no Brasil", disse à Reuters Mateus Lopes, diretor de Transição Energética da Raízen.

A lignina é um dos três biopolímeros que constitui o bagaço da cana-de-açúcar, utilizado pela Raízen na produção do E2G. Mas ela acaba não sendo aproveitada nesse processo. A torta de lignina que sobra da fabricação do etanol é hoje queimada nas caldeiras para geração de energia e vapor.

Segundo Lopes, a ideia é fazer um "upgrade" do uso atual da lignina, pensando no aproveitamento completo da biomassa e também na demanda mundial por novas soluções de baixo carbono baseadas em resíduos.

Amostras do produto, tanto na forma líquida quanto em pó, serão enviadas para testes de aplicação a potenciais clientes dos mais variados mercados.

"Vamos mandar (amostras) para clientes, para refinaria testar coprocessamento, empresa de motores de navio, empresa de polímeros para testar em poliuretano, resina epóxi...", exemplifica o executivo.

A Raízen estima que poderá gerar quantidades substanciais do subproduto do E2G, que já vem sendo produzido em plantas no interior de São Paulo e exportado para clientes no exterior. Ao todo, espera-se uma capacidade de produção de lignina de 1,5 milhão de toneladas (base úmida), considerando as sete unidades de E2G anunciadas e duas em operação.

"Nossa visão é de que toda planta de E2G teria biogás e lignina no futuro conectados a ela, aumentando nosso 'pool' de produtos", acrescentou Lopes.

PROCESSO

A Vertoro, que tem a gigante de navegação Maersk como um de seus principais investidores, utilizará sua tecnologia Goldilocks para transformar a lignina da Raízen em um produto puro, com baixo teor de enxofre, altamente processável e de baixo peso molecular.

Michael Boot, cofundador e co-CEO da Vertoro, explica que a lignina será tratada em processo que se assemelha ao do preparo de um café espresso, permitindo que uma única molécula possa ser vendida para toda uma cadeia de valor, desde combustíveis até o mercado farmacêutico.

Lopes, da Raízen, observa que a lignina já vem sendo explorada por empresas do setor de papel e celulose, como a Suzano (BVMF:SUZB3), em diferentes aplicações.

© Reuters. Colheitadeiras em plantação de cana-de-açúcar
13/09/2018 
REUTERS/Paulo Whitaker

"É um caminho que a indústria de papel e celulose vem fazendo, mas a gente entende que a nossa lignina tem características específicas... que vamos encontrar mercados especiais", disse o executivo.

"É uma jornada de indústria, dessa neoindustrialização no país", finalizou.

 

(Por Letícia Fucuchima)

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