Por Senad Karaahmetovic
Um estrategista do JPMorgan (NYSE:JPM) não acredita que o atual repique do mercado acionário tenha se estendido demais.
As ações de crescimento acumulam alta de cerca de 14% desde as mínimas de junho em comparação com as ações de valor. Alguns papéis se recuperaram mais de 50% nos últimos dois meses, ressaltou em um memorando enviado aos clientes.
Ao discutir quando o rali de alívio pode atingir o pico, ele explicou:
“O essencial é a direção das taxas de longo prazo dos títulos americanos, cujo pico em meados do ano foi um dos catalisadores do repique das ações de crescimento. Depois de desacelerar inicialmente em 100 pontos-base, de 3,5% para 2,5% nos EUA e de 1,8% para 0,8% na Alemanha, as taxas dos títulos estão tentando se firmar na alta novamente, principalmente após dos dados sobre o mercado de trabalho americano. No entanto, acreditamos que possa haver uma estagnação ampla até que a força da atividade atinja o fundo em algum momento do 4º tri. M1, um bom indicador antecipado da atividade econômica, está apontando que ainda veremos PMIs menores".
O mais importante é que a curva de juros precisa começar a se inclinar antes de os investidores começarem a retornar ao Valor a partir do Crescimento.
“O Fed precisa mudar de postura, em nossa visão, mas isso não deve ocorrer antes da reunião de setembro, quando pode anunciar mais uma grande elevação de 50-75 pontos-base nos juros, sendo que a previsão do JP é de 75 pb”, acrescentou.
Por fim, o estrategista também disse que o dólar precisa começar a se enfraquecer.
“No início de julho dissemos que poderia haver um repique técnico ao estilo das ações de Crescimento no setor de tecnologia, em particular. Acreditávamos que isso daria suporte ao mercado amplo. Continuamos acreditando que um repique nas ações de crescimento é apenas tático, mas ainda tem espaço para avançar, talvez até o fim do ano”, concluiu.
Analistas do Berenberg também teceram comentários sobre o debate cíclico/defensivo.
“Nossas análises indicam riscos de ter ações cíclicas ou defensivas em uma “teoria VOLcano”… Ainda é muito cedo, em nossa visão, para se comprometer com ações cíclicas neste momento", escreveram os analistas em uma nota aos clientes.