Boom das criptos: quais ações do setor podem surpreender na alta?
Investing.com - A possível aquisição do Grupo Fleury (BVMF:FLRY3) pela Rede D’Or despertou a atenção de analistas e investidores ontem (20), mesmo com o mercado fechado. Segundo informações veiculadas pelo jornal O Globo, a Rede D’Or estaria em negociações avançadas com o Bradesco (BVMF:BBDC4), principal acionista da Fleury com aproximadamente 25% das ações, para comprar a empresa de diagnóstico médico.
Em reportagem complementar do Brazil Journal, a operação envolveria o pagamento em dinheiro e possivelmente em ações, com o JPMorgan (NYSE:JPM) assessorando a Rede D’Or e o Morgan Stanley (NYSE:MS) a Fleury. A matéria do Brazil Journal informa que as tratativas teriam começado há cerca de três meses entre as companhias, enquanto o trabalho dos bancos há um mês, sendo que a oferta não é iminente.
Em comunicados separados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), enviados nesta segunda-feira (21), tanto a Fleury quanto a Rede D’Or afirmaram que não existe, até o momento, qualquer contrato assinado ou proposta vinculante envolvendo uma combinação de negócios.
Segundo o Brazil Journal, uma oferta bem-sucedida terá que agradar também o grupo de médicos que detém 11% da companhia e três assentos no conselho – e que historicamente tem voz em decisões estratégicas –, bem como a família Pardini, que também tem três cadeiras no Conselho.
Vale lembrar que a Rede D’Or e o Bradesco já tem uma parceria no setor de saúde. Em maio de 2024, a rede hospital e o banco criaram a joint-venture para investir em ativos selecionados do plano de expansão do grupo hospitalar, sendo sócios em três hospitais.
O que diz o Goldman Sachs (NYSE:GS) sobre a possível compra da Fleury?
Em relatório enviado a clientes hoje, o banco Goldman Sachs avaliou que uma eventual aquisição da Fleury pela Rede D’Or seria positiva para as duas empresas. “Vemos mérito estratégico neste acordo potencial caso se consolide”, escreve o analista Gustavo Miele, que relembra a tentativa frustrada da Rede D’Or em adquirir a Alliar (BVMF:AALR3), concorrente da Fleury, em agosto de 2021.
“Acreditamos que a Fleury poderia se beneficiar sob a gestão da Rede D’Or com melhores condições de compra de material, e uma estrutura mais enxuta, sem mencionar o potencial de um maior poder de negociação ao lidar com pagadores”, avalia o banco americano, apontando que a Rede D’Or reforçaria a sua presença na jornada do paciente – desde o atendimento primário até a hospitalização. A Fleury tem uma boa reputação com a comunidade médica e uma sólida marca, segundo Miele.
“Um potencial acordo corroboraria nossa tese de que a Rede D’Or está buscando a consolidação de várias partes do mercado de saúde brasileiro, abrangendo prestadores (diagnósticos, hospitais, oncologia) até planos de saúde (após adquirir a Sul América (BVMF:SULA11) em 2022)”, projeta o Goldman Sachs.
O banco americano avalia que Rede D’Or opera com um saudável índice de dívida líquida/EBITDA de 2,0x na estimativa para o final de 2025, enquanto a Fleury com uma alavancagem ainda mais baixa (1,5x). “Não acreditamos que a margem na balança patrimonial seria um grande obstáculo nesse potencial negócio, mesmo que ele ocorresse totalmente em dinheiro”, finaliza o banco americano.
O preço-alvo das ações de Rede D’Or é de R$ 41,00 para os próximos 12 meses, um potencial de valorização de 24,7% em relação ao preço de fechamento de sexta-feira (R$ 32,89).