Investing.com - Relatório da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) mostra que o volume total de captações no primeiro trimestre do ano chegou a R$ 105,2 bilhões. No mesmo período do ano passado, foram R$ 102,8 bilhões captados. A renda fixa atingiu patamares recordes e foi responsável por R$ 89,1 bilhões (84,7%) do total. Essa foi a maior captação para um 1º trimestre desde 2012.
Para José Eduardo Laloni, vice-presidente da ANBIMA, o cenário internacional impulsionou os resultados da renda fixa no primeiro trimestre. “Temos um cenário desfavorável para emissões de títulos no mercado externo, diante da expectativa de aceleração da alta dos juros nos Estados Unidos, do fortalecimento do Real e da instabilidade gerada pela guerra na Ucrânia. Isso tem incentivado as companhias a levantarem capital no mercado doméstico, principalmente por meio de ofertas de debêntures”, destaca.
Debêntures são destaque
A emissões de debêntures atingiu novo recorde no período, envolvendo R$ 55,9 bilhões, praticamente dobro na comparação anual. De acordo com o relatório, cinco ofertas de debêntures captaram, em conjunto, R$ 18,1 bilhões - Claro (R$ 4,3 bilhões), Equatorial Energia (SA:EQTL3) (R$ 4 bilhões), Iguá RJ (R$ 4 bilhões), CCR (SA:CCRO3) (R$ 3,4 bilhões) e Localiza (SA:RENT3) (R$ 2,5 bilhões). Os principais destinos dos recursos captados via debêntures foram capital de giro (34,2%) e refinanciamento de passivo (24,2%). Os fundos de investimento aumentaram sua participação de 24,7% para 36,6%. “Vimos um maior apetite de fundos de investimento por títulos corporativos nesse primeiro trimestre, especialmente por debêntures incentivadas, o que contribuiu para que o volume de debêntures negociadas no mercado secundário chegasse a R$ 62 bilhões. Esse volume é superior ao volume negociado no início de 2020 e de 2021”, completa.