SÃO PAULO (Reuters) - A Renova Energia (SA:RNEW11) afirmou que recebeu propostas pelo projeto eólico Alto Sertão III, na Bahia, após o fracasso das negociações do ativo com a Brookfield Energia Renovável, confirmando reportagem publicada pela Reuters com base em fontes com conhecimento do assunto.
Em fato relevante no final da noite de terça-feira, a empresa afirmou que recebeu propostas não vinculantes de "diversos investidores."
A Renova disse ainda que não foi concedida exclusividade a qualquer dos investidores interessados, que estão em processo de due diligence, e que manterá o mercado informado sobre as tratativas.
Entre os interessados, segundo informou a Reuters na terça-feira, está a Aliança Geração de Energia, uma joint venture entre a mineradora Vale (SA:VALE3) e a elétrica mineira Cemig (SA:CMIG4).
Procurada na véspera, a Aliança afirmou que não comentaria o assunto.
A Renova, que tem como sócios a própria Cemig e sua controlada Light (SA:LIGT3), passou a buscar um novo acionista ou a venda de ativos desde o fracasso de uma associação com a norte-americana SunEdison em 2015.
A empresa de energia limpa chegou a aceitar no ano passado uma oferta da Brookfield, mas as negociações entre as empresas não chegaram a um acerto final após meses de idas e vindas, o que levou à retomada da busca por investidores nos últimos meses.
Executivos da Aliança chegaram a participar na segunda-feira de uma reunião na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com representantes da Renova, da Cemig e da Light para discutir o atual estágio do projeto Alto Sertão III.
A Renova aportou cerca de 390 milhões de reais nas obras do complexo até a paralisação dos trabalhos no final de 2016.
A Brookfield chegou a fazer uma oferta de 650 milhões de reais para ficar com o Alto Sertão III, que deverá ter capacidade de cerca de 400 megawatts quando for concluído.
A Renova, que seria um braço para expansão da Cemig em energia limpa, chegou a ter quase 700 megawatts em usinas em operação e planos para alcançar uma capacidade instalada de mais de 2 gigawatts, mas passou a vender ativos em meio às dificuldades financeiras.
Atualmente, a Renova opera apenas cerca de 190 megawatts em pequenas hidrelétricas.
(Por Raquel Stenzel e Roberto Samora)