Por Dhirendra Tripathi e Ana Julia Mezzadri
Investing.com - As ações dos EUA reverteram uma tendência de queda na quarta-feira após parecer que um acordo para elevação ou suspensão do teto da dívida dos EUA diminuiria a pressão sobre os mercados.
Mais cedo no dia, um relatório de adições nas folhas de pagamento privadas em setembro mais forte que o esperado despertou receios de que o Federal Reserve possa começar a frear sua compra mensal de títulos.
O Relatório Nacional do Emprego da ADP revelou um aumento de 568.000 postos de trabalho privados no mês passado. Os economistas entrevistados pela Reuters previam um aumento de 428.000 novos postos.
O Congresso está em impasse pela oposição dos Republicanos em aumentar o teto da dívida ou suspendê-la por mais um ano. Os Democratas buscavam encontrar uma forma de aprovar a questão sozinhos, quando os líderes do GOP propuseram um acordo que empurraria a decisão para dezembro, quando o financiamento do déficit governamental também irá expirar.
As ações das fabricantes de vacinas contra a Covid-19 ainda estavam em queda na quarta-feira, com recuos acentuados desde a quinta-feira passada, após a Merck & Company (NYSE:MRK) (SA:MRCK34) ter revelado a sua pílula antiviral, que muitos veem como um medicamento divisor de águas. Moderna Inc (NASDAQ:MRNA) (SA:M1RN34), BioNTech SE (NASDAQ:BNTX) (SA:B1NT34) e Novavax Inc (NASDAQ:NVAX) caíram.
Os números das folhas de pagamento são uma prévia da leitura maior do emprego não agrícola que sai na sexta-feira, e podem ser o fator decisivo no plano de redução das compras de títulos do Fed.
No Brasil, após passar o dia em queda, o Ibovespa se recuperou perto do fim do pregão e terminou o dia em leve alta, seguindo o exterior e puxado pela Vale (SA:VALE3) e pelas ações de varejo, que passaram a maior parte do dia em baixa seguindo dados que indicam a desaceleração do setor.
Aqui estão quatro coisas que podem afetar os mercados amanhã:
1. Incertezas domésticas
Apesar de ter terminado a quarta-feira em alta, a bolsa de valores brasileira não está livre de incertezas domésticas e pode seguir encarando pressões nos próximos dias. Os principais fatores por trás desta incerteza já são conhecidos pelos investidores brasileiros: os debates em torno da PEC dos Precatórios, reforma do IR, financiamento do novo Bolsa Família e, mais recentemente, acusações contra Paulo Guedes e Roberto Campos Neto.
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2. ConAgra Foods
Espera-se que a ConAgra Foods Inc (NYSE:CAG), fabricante de marcas como Duncan Hines, Bird's Eye e Hunt, registre lucro por ação (LPA) de US$ 0,48 sobre receitas de US$ 2,52 bilhões, de acordo com os analistas acompanhados pelo Investing.com. Os analistas estarão atentos ao que a empresa dirá sobre logística, custos de alimentos e tendências do mercado de trabalho.
3. Pedidos contínuos de seguro-desemprego
Os pedidos contínuos de auxílio-desemprego nos EUA, uma métrica das pessoas que recebem auxílio-desemprego há algum tempo, devem cair para 2,780 milhões na semana que termina em 25 de setembro, em relação a 2,802 milhões na semana anterior. Os dados deverão ser divulgados às 09h30.
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4. Pedidos iniciais de seguro-desemprego
O número de pessoas que deram entrada no auxílio-desemprego pela primeira vez nos EUA deve recuar para cerca de 348.000 para a semana encerrada em 2 de outubro, comparados a 362.000 na semana anterior.