BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta segunda-feira que pessoalmente não considera o rompimento da barragem de rejeitos da Vale (SA:VALE3) em Brumadinho (MG) como um desastre natural, mas sim como uma tragédia, destacando, sem dar detalhes, que a mineradora tem de ser cobrada sobre o ocorrido.
"Não concordo com esse critério (de considerar rompimento de barragem como desastre natural). Acho que é uma tragédia, são situações onde quem é o responsável tem uma série de cuidados, acompanhamentos e monitoramentos do que deve ser feito... Até que haja uma decisão de governo, estou aqui apenas externando uma posição pessoal minha", disse.
"Conversei com o ministro (Gustavo Canuto), e a equipe técnica dele está trabalhando sobre isso. Vamos debater isso hoje à tarde", completou Onyx, na saída de encontro que teve com o ministro do Desenvolvimento Regional.
Ainda nesta segunda-feira, segundo Onyx, o governo fará uma reunião no Palácio do Planalto com ministros do gabinete de crise de Brumadinho, no qual se discutirá a revisão desse critério (desastre natural ou tragédia) e as ações dos ministérios no suporte ao Estado de Minas Gerais e à comunidade atingida, bem como sobre a situação das barragens país afora.
O rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em 25 de janeiro, deixou centenas de mortos e desaparecidos, além de uma onda de lama que tem avançado pelo rio Paraopeba.
O ministro da Casa Civil comentou ainda sobre a questão da liberação do FGTS aos afetados pelo rompimento, dizendo não ser "justo" as pessoas terem de arcar com recursos próprios em meio aos prejuízos.
"Também a própria AGU (Advocacia-Geral da União) vai ter de entrar nessa circunstância porque isso vai ter de ser cobrado da Vale. A formatação disso... acho que hoje à tarde nós vamos mostrar ao país", completou.
(Por Ricardo Brito)