Por Jesús Aguado e Sarah White
MADRI (Reuters) - O Santander, maior banco da zona do euro, anunciou uma reviravolta nos empréstimos de 2014 após dois anos de encolhimento, abrindo caminho para um impulso nos financiamentos pela sua nova chefe, Ana Botín.
O Santander está apostando em uma recuperação econômica no seu mercado doméstico, a Espanha, e em unidades de negócio como a do Reino Unido para elevar os lucros e emprestar mais, conforme deixa para trás perdas com empréstimos ligados ao setor imobiliário espanhol e emerge de mudanças na administração.
Como seus rivais, no entanto, o Santander terá que lidar com taxas de juros em mínimas recordes em algumas das regiões nas quais opera, incluindo a zona do euro. O Banco Central Europeu deve comprar títulos governamentais em um plano de estímulo que pode ajudar economias locais, mas também comprimir as margens de bancos.
Até o momento, o negócio de empréstimos do Santander vem se recuperando, conforme alguns de seus mercados mais importantes, como a Espanha, emergem de uma profunda recessão.
A margem líquida de juros, um importante indicador dos ganhos com empréstimos menos os custos de depósitos, ficou acima do esperado no quarto trimestre, com avanço de 11 por cento ante um ano antes, disse o banco nesta terça-feira.
Isso foi encorajador, disseram vários analistas, embora o lucro líquido do Santander de outubro a dezembro, primeiros três meses de Ana Botín no comando após assumir o posto de seu falecido pai, tenha ficado ligeiramente aquém das expectativas.
O lucro líquido do Santander saltou quase 70 por cento ante um ano antes, para 1,46 bilhão de euros, também ajudado pela queda de encargos com dívidas ruins.
O banco, contudo, separou 70 milhões de libras (105 milhões de dólares) extras no Reino Unido para cobrir encargos ligados à má conduta sobre a forma como vendeu alguns produtos. A conta total do Santander para compensar clientes do Reino Unido por seguros mal vendidos atingiu 846 milhões de libras.
O Santander disse que os empréstimos cresceram 5 por cento no ano passado, com um salto de 2 por cento na Espanha, um dos países mais afetados por uma crise de crédito durante uma longa recessão. Incluindo ativos detidos temporariamente, o crédito no grupo todo cresceu a uma taxa ainda maior, de 7 por cento, embora por essa medida os empréstimos a consumidores na Espanha tenham caído 1,7 por cento na base anual.