BERLIM (Reuters) - O veterano ator francês Gerard Depardieu atacou o sistema das estrelas de Hollywood por evitar qualquer risco e repreendeu o ator George Clooney por se envolver em política, durante a sua aparição no Festival de Cinema de Berlim nesta sexta-feira para promover o seu novo filme.
Depardieu, que depois da exibição falava à imprensa sobre o seu filme “Amor Santo”, no qual ele interpreta um criador de touros, comentou que Clooney havia se encontrado com a chanceler Angela Merkel em Berlim na semana passada para discutir a crise de refugiados.
"Eu vi que o senhor George Clooney quis ver a senhora Merkel. Eu me preocupo que tenha ido mal”, afirmou ele, acrescentando: “É bom que agora você pode ser um ator, um ecologista, um político, que você pode fazer tudo.”
Depardieu também disparou contra “O Regresso”, filme estrelado por Leonardo DiCaprio, que interpreta um desbravador que sobrevive a uma disputa com um urso e faz uma jornada sobre-humana numa região selvagem e com neve. O filme é considerado um forte concorrente no Oscar, o que pode dar a DiCaprio o seu primeiro Oscar de melhor ator.
"Esse é um pouco diferente do que você em geral consegue no cinema neste momento”, afirmou Depardieu, se referindo ao local de filmagem e aos relatos de que os atores tiveram que atuar sob condições difíceis.
"Pois se eu pego o Oscar, “O Regresso”, com a equipe de produção por trás, e o aquecimento (no set) e todo aquele ‘vai e se cubra de merda’ – mas eu estou certo de que a ‘merda’ é perfumada – e você está nessa lama, que é perfumada, e não é fria, é aquecida”, declarou Depardieu.
Perguntado sobre o fato de ter aceitado a cidadania russa lhe dada pelo presidente Vladimir Putin em 2013 quando estava irritado com a perspectiva de impostos mais altos na França, o ator disse que nos dias atuais, quando ele viaja, ele se sente russo.
"Eu me sinto russo mesmo no exterior porque eu estou muito fora da França”, afirmou ele.
"Como alguém não se sentiria mais russo do que francês com o presidente que nós temos na França?”, disse o ator, se referindo ao presidente François Hollande.
(Por Tara Oakes)