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Samsung e Xiaomi implicadas em caso antitruste de comércio eletrônico na Índia

EdiçãoAhmed Abdulazez Abdulkadir
Publicado 14.09.2024, 14:59
© Reuters.
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Em um desenvolvimento significativo no setor de comércio eletrônico da Índia, Samsung (KS:005930) e Xiaomi, juntamente com outros fabricantes de smartphones, foram acusados pela Comissão de Concorrência da Índia (CCI) de se envolverem em práticas antitruste por meio de sua colaboração com Amazon (NASDAQ:AMZN) e Flipkart, de propriedade da Walmart (NYSE:WMT). As alegações sugerem que essas empresas violaram as leis de concorrência locais ao coordenar lançamentos exclusivos de produtos nas plataformas indianas dos gigantes do comércio eletrônico.

A extensa investigação da CCI, que culminou em relatórios detalhados totalizando mais de 2.700 páginas, revelou que Amazon e Flipkart favoreceram certos vendedores, manipularam listagens de produtos e se envolveram em estratégias agressivas de desconto. Essas táticas teriam prejudicado outros negócios e violado as regulamentações de concorrência. Os relatórios, datados de 9 de agosto e não divulgados publicamente, foram revelados pela primeira vez pela Reuters.

As conclusões dos relatórios, que incluem declarações idênticas do diretor-geral adjunto da CCI, G.V. Siva Prasad, condenam a prática de acordos comerciais exclusivos, destacando-os como prejudiciais tanto para a concorrência justa quanto para os interesses dos consumidores.

Os fabricantes de smartphones implicados, que incluem líderes do setor como Samsung e Xiaomi, além de Motorola, Realme e OnePlus, agora enfrentam maior escrutínio e possíveis desafios legais. Os relatórios da CCI nomearam especificamente essas empresas como tendo se envolvido na prática controversa de lançamentos exclusivos de telefones em colaboração com Amazon e Flipkart.

Os relatórios também indicam que durante a investigação da CCI, tanto Amazon quanto Flipkart tentaram minimizar as alegações. No entanto, os funcionários encontraram evidências de que tais lançamentos exclusivos eram generalizados. Essa prática tem sido um ponto de discórdia para os varejistas indianos, que argumentam que isso afetou negativamente seus negócios ao desviar os consumidores para plataformas online em busca dos modelos mais recentes de smartphones.

De acordo com a Counterpoint Research, Samsung e Xiaomi comandam uma porção significativa do mercado de smartphones da Índia, detendo quase 36% combinados, com a Vivo em 19%. Espera-se que o mercado de varejo eletrônico na Índia cresça substancialmente, com projeções sugerindo que possa ultrapassar US$ 160 bilhões até 2028, um aumento significativo em relação aos US$ 57-60 bilhões estimados para 2023.

As descobertas da CCI representam um grande desafio para Amazon e Flipkart à medida que navegam pelo mercado indiano em rápida expansão, que tem sido um ponto focal para suas estratégias de crescimento internacional. Os relatórios também mencionam que ambas as empresas usaram investimentos estrangeiros para subsidiar serviços como armazenagem e marketing para um grupo seleto de vendedores.

Após os relatórios da CCI, Xiaomi, Samsung, OnePlus, Realme e Motorola foram orientadas a fornecer suas demonstrações financeiras auditadas dos últimos três anos fiscais até 2024. A investigação, iniciada por uma reclamação da Confederação de Todos os Comerciantes da Índia em 2020, agora está se movendo para uma fase de revisão onde as objeções das partes envolvidas serão consideradas. A CCI pode impor multas e exigir mudanças nas práticas comerciais como resultado de suas descobertas.

As implicações desses relatórios são significativas tanto para os varejistas online quanto offline na Índia, bem como para as empresas de smartphones e plataformas de comércio eletrônico envolvidas. As futuras decisões da CCI podem remodelar o cenário competitivo dos mercados de comércio eletrônico e smartphones indianos.

A Reuters contribuiu para este artigo.


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